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Fabrício: indicação para a relatoria gerou protestos | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Fabrício: indicação para a relatoria gerou protestos| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Numa confusão generalizada na sala da Presidência da Assembleia Legislativa, foi adiada ontem a instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as concessões do pedágio no Paraná. Um dos motivos de desentendimento foi o fato de seis dos nove deputados indicados pelos partidos – todos governistas – para integrar a comissão nem sequer terem assinado o pedido para instalar a CPI. Além disso, a relatoria, cargo mais importante da comissão, ficou com um desses seis, o deputado Douglas Fabrício (PPS). Diante da polêmica, a escolha será refeita, numa reunião marcada para hoje, às 14 horas.

Ontem, no primeiro dos cinco dias de prazo para indicação dos integrantes da CPI, ficou evidente a movimentação da base governista para ser maioria no grupo – o governo sempre foi contra a investigação. Do PPS, por exemplo, o indicado seria Tercílio Turini, que vem apresentando alguns projetos na tentativa de dar mais transparência ao pedágio no estado. A vaga, no entanto, acabou ficando com Douglas Fabrício, um dos parlamentares que mais defende o governo da tribuna do plenário.

Já do PMDB, o natural seria que as duas vagas da legenda ficassem com Anibelli Neto e Cleiton Kielse, únicos peemedebistas no exercício do mandato a apoiarem a criação da CPI. Os indicados, porém, foram Nereu Moura e Artagão Jr. Nos bastidores, já se fala em CPI "laranja" ou "chapa-branca".

Com esses acordos costurados rapidamente, logo no início da sessão de ontem, o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), anunciou que instalaria a comissão no final da tarde. A cerimônia contou com a presença de diversos manifestantes que defendem há tempos a instalação da CPI. Entretanto, tão logo foi anunciado o nome do relator e do relator-adjunto – Wilson Quinteiro (PSB) –, começaram os protestos.

Kielse e o deputado Péricles de Mello (PT), que é membro-titular da comissão, alegaram que a decisão era absurda e que não haviam sido convocados para a reunião que escolheu o comando do grupo. "Isso é orquestrado, uma CPI laranja. A CPI já está direcionada", gritava o peemedebista, dando tapas na mesa. Enquanto isso os manifestantes gritavam "pizza", "subornados" e pediam transparência.

Em meio ao tumulto, os deputados da comissão e parlamentares que acompanhavam a instalação da CPI – entre eles o líder do governo, Ademar Traiano (PSDB) – reuniram-se numa sala ao lado da presidência para decidir o que fazer. Após a reunião, ficou resolvido que haverá uma nova eleição hoje. "Defendo uma reunião transparente para a formação da CPI. Ou ela não terá sentido", afirmou Péricles.

Autor do pedido de instalação da comissão e provável presidente do grupo, Nelson Luersen (PDT) disse que gostaria que os membros indicados à CPI estivessem entre aqueles que assinaram o requerimento. "De qualquer forma, estaremos lá para não deixar que a investigação seja viciada."

Também fazem parte da comissão Alceu Maron (PSDB), Bernardo Carli (PSDB) e Adelino Ribeiro (PSL).

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