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Rodrigo Janot, procurador-geral da República: plano “diabólico”. | Elza Fiúza/Agência Brasil
Rodrigo Janot, procurador-geral da República: plano “diabólico”.| Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, citou no pedido de prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) a existência de “componente diabólico” na trama empreendida para barrar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. A interpretação de Janot diz respeito ao acordo financeiro desenhado para abastecer a família do ex-diretor com propina, de forma que menções a Delcídio e ao dono do BTG Pactual, André Esteves, ficassem fora da delação.

Pelo acordo, expresso nas conversas gravadas pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, um contrato de prestação de serviços seria simulado entre o BTG e o advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, também preso nesta quarta-feira. Os “honorários” recebidos por Ribeiro seriam repassados aos familiares de Cerveró.

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“Há, aí, o componente diabólico de embaraço à investigação: ultimado o acordo financeiro, Nestor Cerveró passaria a enfrentar dificuldades praticamente intransponíveis para conciliar-se com a verdade. Seu silêncio compraria o sustento de sua família, em evocação eloquente de práticas tipicamente mafiosas”, afirma Janot no pedido de prisão de Delcídio, autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e cumprido pela Polícia Federal (PF) em Brasília no começo da manhã desta quarta-feira (25).

Janot pediu a prisão preventiva de Delcídio, que acabou citado na delação de Cerveró como beneficiário de propina na compra da refinaria de Pasadena, no Texas. O procurador-geral sugeriu a Teori, caso não determinasse a prisão, outras duas possibilidades: “suspensão do exercício do mandato eletivo até que ultimados os aportes de colaboração premiada de Nestor Cerveró” ou “uso de dispositivo pessoal de monitoramento eletrônico [tornozeleira]”. Janot também sugeriu que Delcídio não mantivesse mais qualquer contato com Esteves, Ribeiro e seu chefe de gabinete no Senado, Diogo Ferreira Rodrigues – todos eles presos pela PF nesta quarta.

“(A suspensão do exercício do mandato seria) condição essencial para que o congressista deixe de ter meio de influência no conteúdo dos depoimentos”, cita o procurador-geral. A tornozeleira, por sua vez, seria indispensável para a Justiça “acompanhar os itinerários do congressista, a fim de poder atuar a tempo para que ele não prossiga nas tratativas que vinha entabulando nem que passe a concertar retaliação”. Teori optou pela prisão cautelar de Delcídio.

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