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R$ 1,2 bilhão por ano deve ser a economia das prefeituras na contratação de médicos estrangeiros, conforme o Plano Nacional pela Saúde - Mais Hospitais, Mais Médicos, Mais Formação, que a presidente Dilma Rousseff lança hoje em Brasília. Estão previstas as contratações de 10 mil médicos, com salários de R$ 10 mil, a serem pagos pelo governo federal. O plano pretende ser um trunfo eleitoral para Dilma, candidata à reeleição, e para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que quer concorrer ao governo de São Paulo, em 2014.

Pressionada a fazer uma reforma na equipe para garantir a governabilidade, a presidente Dilma Rousseff avisou ao PT e ao PMDB que não entregará ministérios com "porteira fechada" a nenhum partido da base aliada e disse não ter pressa para mudanças na equipe. A fórmula que permite a ocupação linear de todos os cargos de um ministério pela mesma legenda foi sugerida a Dilma como forma de compensar eventual corte de pastas, em resposta aos protestos de rua, mas ela não deu chance para a cobrança.

A redução do número de ministérios – hoje em 39 – foi sugerida por congressistas e dirigentes do PT e do PMDB por ser considerada uma medida de marketing para adoçar a opinião pública. O PMDB reclama de estar sub-representado na Esplanada, com seis ministérios, enquanto o PT controla 18.

Mesmo assim, peemedebistas dizem que aceitam trocar ministérios menos robustos por diretorias da Petrobras, de Furnas e da Eletrobras. Querem, ainda, autonomia para nomear seus indicados "de cima até embaixo" nas pastas que comandam.

Dilma, porém, prefere insistir no plebiscito sobre a reforma política para reverter o desgaste a investir na redução do tamanho da máquina pública.

Mesmo com a ameaça de partidos aliados, como o PSB, o PDT e o PRB, de não apoiarem o projeto de reeleição, em 2014, Dilma vem dizendo que não se "intimidará" por estar em queda nas pesquisas. Hoje, até governadores do PSB que rejeitavam a candidatura do colega de Pernambuco, Eduardo Campos, agora dizem ser preciso examinar melhor o quadro político, antes de fechar com o PT.

Embora a presidente negue mudanças no primeiro escalão, é provável que promova uma reforma até dezembro. Pelo menos dez dos 39 ministros podem sair no fim do ano. Além de Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que deve disputar o governo do Paraná, há ainda Alexandre Padilha (Saúde), em São Paulo, e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), em Minas Gerais.

A maior preocupação de Dilma ao negar a reforma imediata foi abafar rumores sobre a troca de Mantega num momento de alta da inflação, expectativa de novo aumento dos juros e desconfiança do mercado sobre o compromisso do governo com o ajuste fiscal.

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