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Presidente Dilma Rousseff desfila em carro aberto em Brasília apesar dos protestos e do momento político conturbado. | Ueslei Marcelino/Reuters
Presidente Dilma Rousseff desfila em carro aberto em Brasília apesar dos protestos e do momento político conturbado.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Em vídeo postado nas redes sociais, como estratégia para evitar os panelaços, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez um discurso de mea-culpa, com reconhecimento da gravidade da crise, e ao mesmo tempo já colocando uma argumentação de união e tolerância para fazer a “travessia”.

“Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente”, diz. “As dificuldades são nossas e são superáveis. O que eu quero dizer, com toda franqueza, é que estamos enfrentando os desafios, essas dificuldades, e que vamos fazer essa travessia”, completa.

A presidente lembra que há dificuldades na economia pelo mundo, mas admite também que a crise é consequência da estratégia do governo brasileiro nos últimos anos. “As dificuldades e desafios resultam de longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais. Agora temos de reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas.”

Dilma afirma que a situação exige “remédios amargos”, mas “indispensáveis”. “As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, reduzir a inflação por exemplo.” E, em diversos momentos, destaca que a saída é a união do povo. “Devemos, nessa hora, estar acima das diferenças menores, colocando em segundo plano os interesses individuais ou partidários.”

Em dia de novos protestos contra seu governo (leia mais nesta página), tanto de movimentos pró-impeachment quanto de movimentos sociais que criticam o ajuste fiscal com cortes a programas de moradias, Dilma aparece em um vídeo que não tem vermelho em nenhum ponto, afastando a associação com o PT.

Em sua fala, Dilma se coloca como a liderança adequada para conduzir o país na saída da crise. A presidente reitera as conquistas dos últimos 12 anos, sem contudo citar sua legenda. Lembra que milhões foram tirados da miséria e alçados à classe média, mas completa que ainda há muito a se fazer, por exemplo na educação, e que isso passa por correções na economia. Porém, frisa que não abrirá mão da “alma e do caráter” de seu governo, que é gerar oportunidades via programas sociais.

Dilma destaca ainda a celebração da Independência e, com o gancho, elogia a capacidade do brasileiro de “lutar e conviver com a diversidade, tolerante em face às diferenças e respeitoso na defesa de ideias”. A fala funciona como uma vacina contra manifestações de volta à ditadura militar que, apesar de minoritárias, ganharam destaque nos desfiles. Ela destaca ainda “a maior conquista alcançada e pela qual devemos zelar permanentemente: a democracia e a adoção do voto popular”.

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