Um dia antes da votação da abertura do impeachment no plenário da Câmara, a presidente Dilma Rousseff cancelou a visita que faria na manhã deste sábado (16) ao Ginásio Nilson Nelson em Brasília, onde se encontraria com representantes dos movimentos sociais que são contra o seu afastamento.
Dilma quer dedicar o dia à consolidação de seus votos e, por isso, receberá, no Palácio da Alvorada, líderes de vários partidos, um a um. “A presidente achou que, neste momento, é mais importante ela receber os líderes e manter o radar para amanhã”, disse um interlocutor de Dilma.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia decidido não ir ao evento, no entanto, vai ao acampamento dos representantes dos movimentos sociais no lugar de Dilma para animar a militância e fazer com que o grupo permaneça nas ruas “gritando contra o golpe”. Depois, Lula voltará ao hotel onde está hospedado para continuar recebendo deputados, na tentativa de reverter votos ou assegurar novas ausências na votação.
Há uma guerra de números e o governo comemora o fato de ter conseguido virar alguns votos - assegura, agora, que tem os 172 mínimos necessários. Mas a oposição também garante ter as 342 adesões pelo impedimento.
O que demonstra a preocupação de lado a lado é que Dilma e seus ministros vão ficar nos Palácios do Planalto e Alvorada conversando com parlamentares. Ao mesmo tempo, o vice-presidente Michel Temer, que ia ficar em São Paulo acompanhando a votação, decidiu voltar para Brasília para fazer suas articulações e já desembarcou neste sábado na capital federal, segundo a sua assessoria. Lula também tinha decidido ir para São Paulo, mas acabou preferindo ficar em Brasília negociando.
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