Dilma Rousseff ao lado de Gleisi Hoffmann: na coletiva de imprensa, a ministra falou quase uma hora e a curitibana, apenas cinco minutos| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, está em Curitiba para alavancar a campanha da candidata petista à prefeitura da cidade, Gleisi Hoffmann. Os temas locais, no entanto, ganharam pouco espaço na agenda da ministra, sendo substituídos pelos assuntos nacionais, como o petróleo na camada pré-sal e a criação de uma nova estatal para cuidar do setor. A evasão escolar, por parte de crianças cujas famílias são beneficiadas pelo Bolsa Família também esteve na pauta.

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"Nós vemos com naturalidade toda essa cobiça em torno do nosso petróleo. Não há ninguém no mundo que desconheça que o petróleo é algo tão cobiçado que até levou alguns países à guerra, como foi ultimamente no caso do Iraque. É só olhar a história do petróleo e veremos que ela sempre vem acompanhada de conflitos", afirmou a ministra, garantindo que o Brasil não precisará sofrer com isso, pois "o país tem condições, terá dinheiro, força, potencial, e projetos para crescer e crescerá".

Segundo Dilma Rousseff, o petróleo do pré-sal será do Brasil. "Agora, haver o choro e o esperneio, é normal", ironizou a ministra, referindo-se ao fato de haver inúmeros investidores e economistas reclamando da possibilidade de criação nova estatal que cuidará exclusivamente do pré-sal. "O que todos terão de entender é que os benefícios do pré-sal têm de se voltar para a população brasileira em forma de investimentos pesados em educação. Para crescer, um país tem de ter educação de, no mínimo, nove anos, e ter tecnologia de informação e software."

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Dilma Rousseff fez questão de frisar que destinar recursos para a educação será a principal diretriz da verba obtida com o pré-sal. "Os recursos do pré-sal são para essa e as próximas gerações. Por isso, o dinheiro tem de ir para a educação, que é a alavanca de desenvolvimento de qualquer país. É preciso melhorar o ensino básico."

Comissão

A ministra contou ainda que o governo federal, por ordem do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já formou uma comissão que discutirá o tema. Desse grupo fazem parte, além dela, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "Temos de reconstruir a indústria naval, toda a sua cadeia. Isso gera emprego, novas tecnologias, alimenta a indústria química e de refino do petróleo."

A ministra da Casa Civil afirmou ainda que o modelo regulatório também será discutido e criticou, sem citar nomes, países que não têm petróleo e querem ditar regras. "O que têm de entender é que não estamos mudando regra alguma, pois o petróleo não existia sequer. Agora, não vão tratar óleo leve como se fosse pesado. Há uma enorme diferença nisso", disse Dilma Roussef, com a firmeza de quem está, ao lado de Lula, dando as coordenadas no país, mesmo garantindo que não é candidata à Presidência da República em 2010.

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