Dilma cumprimenta funcionários de siderúrgica em Minas Gerais: “Não sou a favor daquela CPMF”| Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência

Bancada do PT decide votar a Emenda 29

O PT decidiu que vai votar a Emenda 29, mesmo sem a definição de uma fonte de financiamento da saúde. Segundo o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), não há tempo de construir uma alternativa para o financiamento, até o dia 28 de setembro, data marcada para a votação.

"Vamos tratar como dois momentos. Os temas estão ligados, mas não haverá tempo para conseguir resolver o financiamento até o dia 28. Então vamos vencer a etapa da emenda e depois buscar a fonte de financiamento", disse Teixeira, contrariando a posição do governo, que quer adiar a votação da emenda, para definir a fonte de recursos para o setor.

Para Paulo Teixeira, a Emenda 29 por si só já é importante, porque disciplina os gastos e impede que outros entes federativos coloquem como despesas de saúde outros gastos.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que participou ontem de reunião com a bancada do PT na Câmara, reafirmou a posição do governo de que não adianta aprovar a Emenda 29, que disciplina os gastos com a saúde, sem a definição de uma nova fonte de recursos.

"O governo tem alertado o Congresso que a aprovação da emenda como se fosse uma panaceia, não é suficiente", afirmou Carvalho.

Agência Estado

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Ministra descarta legalização de jogos para ampliar recursos

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, descartou ontem a possibilidade de legalização de bingos e cassinos para aumento do repasse de recursos para a área de Saúde. A proposta de taxar esses jogos chegou a ser discutida em reunião de líderes de partidos aliados no início desta semana.

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A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que haverá necessidade de criação de uma nova fonte de financiamento para a saúde, mas ressaltou que os recursos provenientes dessa fonte têm de ser destinados exclusivamente ao setor. Para Dilma, a aprovação da Emenda 29, que regulamenta os gastos dos três níveis de governo com o setor, não vai melhorar a qualidade da saúde, o que, segundo ela, apenas a aplicação de mais recursos é capaz de fazer.

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"Em geral, a Emenda 29 mantém o atual padrão da saúde. Ela permite que você restrinja o que é saúde. É importante que a população saiba disso. Porque, se quiser resolver a saúde, vai ter que investir mais nessa questão. E aí nós va­­­mos ter que discutir, de forma sé­­­ria, como é que se faz um investimento maior. Ninguém vai fazer a mágica de dizer para o povo brasileiro que a saúde do Brasil vai me­­­­lhorar se não tiver mais investi­­­men­­­­to. E tem de dizer de onde sai."

A presidente classificou como "demagogos" aqueles que propõem melhoria no sistema de Saúde brasileiro sem indicar fontes de recursos para investimentos no setor. Sem citar nomes, ela afirmou que "mente" para a população quem defende um avanço na área sem a injeção de verbas. Segundo a presidente, o governo tem que oferecer um serviço "de qualidade", mas, para isso, é preciso "investir muito" na área.

"O Brasil tem um sistema de saúde universal, gratuito e tem que ser de qualidade. Nenhum país do mundo resolveu essa equação sem investir muito. Não há como. Quem falar que resolve isso sem dinheiro é demagogo. Mente para o povo", salientou Dilma.

A presidente evitou falar na criação de novos tributos, mas salientou que o problema da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – que deixou o povo com "bronca" do imposto – foi o fato de os seus recursos serem desviados para outros fins, além do financiamento da saúde.

"Não sou a favor daquela CPMF por conta de que ela foi desviada. O dinheiro não foi para a saúde. Foi para fazer outras coisas. Agora, entre esse fato e o fato de falar que não precisa [dos recursos], está errado. Vai precisar, sim", declarou a presidente.

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Dilma ressaltou que vai "lutar" para que os recursos investidos pelo governo cheguem ao seu destino. "Essas pessoas que melhoraram de vida, todas as pessoas que vão melhorar vão querer o quê? Serviço público de qualidade. Vão querer educação de qualidade, saúde de qualidade, segurança de qualidade. É função de um governo buscar isso com todas as suas forças. Com os recursos que eu tenho, vou trabalhar diariamente para garantir que aquele R$ 1 destinado àquele lugar chegue ao lugar que foi destinado", garantiu.

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