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Apesar da chegada do ministro Aloizio Mercadante na Casa Civil ampliar o foco político da pasta, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (30) a aliados que não pretende mexer no modelo de articulação política do governo com o Congresso. Dilma indicou que deve manter a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) no cargo responsável pela articulação além de não trocar os líderes governistas no Legislativo.

Ideli poderá deixar o governo na segunda etapa da reforma ministerial se for disputar uma vaga na Câmara ou no Senado. Dilma também não descarta a troca se as críticas à ministra ganharem força com a retomada dos trabalhos do Congresso, na semana que vem. Mas a presidente já admite, nos bastidores, mantê-la no cargo até o final de sua gestão.

Desde o ano passado, a condução da articulação pela ministra é alvo de críticas de deputados e senadores governistas. Parte da bancada do PT na Câmara chegou a defender que o posto fosse ocupado pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), mas o nome não é consensual entre os petistas.

Em conversas com aliados, Dilma disse hoje que sua decisão de manter o modelo de coordenação política tem como objetivo não criar novos atritos com o Congresso em seu último ano de gestão às vésperas de entrar na campanha à reeleição. Ao mexer nas lideranças do governo no Legislativo, por exemplo, Dilma poderia criar rusgas com o PMDB, que tem como líder do governo no Senado Eduardo Braga (PMDB-AM).

Além do peemedebista, o senador José Pimentel (PT-CE) e o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) devem permanecer nas lideranças do governo no Congresso e na Câmara. "Ela não manifestou nada sobre rodízio. Ao contrário, disse que estava muito satisfeita com o desempenho dos líderes", afirmou Braga que se encontrou na tarde de hoje com a presidente. O líder do PTB no Senado, Gim Argello (DF), disse que é positiva a estratégia do governo de não alterar as lideranças no Congresso por conta do período eleitoral. "Ninguém quer criar nenhuma forma de mal estar com deputados e senadores em ano eleitoral", afirmou.

Pauta

Dilma também fez um novo apelo aos líderes governistas para evitar a votação da chamada "pauta bomba" de projetos que desagradam o Palácio do Planalto. No ano passado, a presidente reuniu os líderes aliados e todos assinaram um compromisso contra o aumento de despesas para o país.

O recado do Planalto foi direcionado especialmente para a Câmara. A casa tem pelo menos sete propostas engatilhadas da chamada pauta-bomba, que desagrada o governo por ter impacto nas contas públicas. Entre eles, a proposta que prevê a criação de pisos salariais para agentes de saúde e outro para policiais.

O Planalto indicou que não está disposto a recuar nas urgências constitucionais que garantem prioridade na pauta da Câmara de cinco propostas, como o Marco Civil da Internet, para destrancar as votações.A estratégia é evitar justamente que a chamada "pauta-bomba" avance na Casa. "Não só o Executivo, como nós do Legislativo, temos que ter a preocupação frente a essa turbulência da economia mundial. Não podemos descuidar", disse Chinaglia.

No Senado, a principal questão é a retomada do projeto que trata da renegociação das dívidas dos Estados, que foi barrado no ano passado pelo Ministério da Fazenda e tem impacto especialmente para a Prefeitura de São Paulo. "Há uma demanda forte dos senadores [pela votação], mas a Fazenda precisa se pronunciar", afirmou Braga.

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