Dilma: sem dívidas eleitorais| Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Aécio: débito de R$ 550 mil

A campanha eleitoral dos dois principais candidatos à Presidência – Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) – custou R$ 574 milhões. Os dados da prestação final das contas eleitorais dos dois candidatos que concorreram no 2.º turno foram divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Segundo colocado na corrida presidencial, o tucano terminou a campanha com uma dívida de R$ 550 mil. De acordo com o sistema de acompanhamento de dados do TSE, o candidato arrecadou R$ 222,9 milhões e gastou R$ 223,5 milhões. Quase um quarto do arrecadado, R$ 51 milhões, veio do grupo JBS, conhecido nacionalmente pela marca Friboi. Foram 679 doações "estimadas" – ou seja, em produtos ou serviços, sem transferência direta de dinheiro. A maior doação única, de R$ 14 milhões, foi do comitê financeiro da campanha do candidato – sem informar, porém, a origem dos recursos.

Já a presidente reeleita, que recebeu R$ 350,8 milhões em doações, terminou a campanha com saldo positivo de R$ 261 mil. Dilma declarou gastos de R$ 350,6 milhões. O JBS também foi o maior doador, com R$ 73,4 milhões em dinheiro e recursos estimáveis. As três maiores doações únicas, de R$ 10 milhões cada, foram do próprio JBS (dois repasses) e da construtora Andrade Gutierrez.

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Lava Jato

Tanto a petista quanto o tucano receberam doações de empresas investigadas na Operação Lava Jato. Aécio recebeu doações de quatro empreiteiras. A OAS doou R$ 7,5 milhões ao candidato. As outras doações foram: R$ 2,4 milhões da UTC Engenharia; R$ 2,1 do grupo Queiroz Galvão; e R$ 3,2 milhões de empresas do grupo Odebrecht, também citado na delação premiada, mas ainda sem documentos que indiquem a participação no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.

Já Dilma recebeu R$ 45,9 milhões de oito empresas citadas no esquema: Engevix (R$ 1,5 milhão); OAS (R$ 20 milhões); Queiroz Galvão (R$ 3,5 milhões); UTC (R$ 7,5 milhões); Galvão Engenharia (R$ 2 milhões); Camargo Corrêa (R$ 2,1 milhões); Tiisa Infraestrutura – consórcio do qual a Iesa, também citada, faz parte (R$ 300 mil); e Odebrecht (R$ 9 milhões).

Gastos

A prestação de contas do tucano não apresentou detalhamentos das despesas. Com pessoal, Aécio afirma ter gasto R$ 16,5 milhões. A grande maioria dos gastos foi classificada como "baixa de recursos estimáveis em dinheiro", quando o candidato recebe doações de produtos ou serviços, sem indicar o destino exato dos recursos. Entre os serviços, podem constar viagens, produção dos programas de TV e material de divulgação, entre outros.

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Mais detalhadas, as despesas de Dilma apontam gastos de R$ 202,6 milhões com eventos de promoção da campanha, produção de programas de rádio e TV, publicidade imprensa etc. Com pessoal, Dilma informou despesa de R$ 9,3 milhões. As contas agora serão julgadas pelo TSE.

Colaborou Chico Marés.