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Dilma perde a governabilidade a cada dia, diz Cunha

Presidente da Câmara avisa que o Congresso voltará do recesso ainda ‘mais duro’ com o governo

Em um café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira (16), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a bater forte no governo Dilma Rousseff (PT). Ele disse que vê um governo perdendo a cada dia sua governabilidade e reclamou que a crise política de hoje “não termina”. “Se Brasil vivesse o Parlamentarismo, não teríamos a crise de hoje”, declarou o peemedebista, que é defensor do modelo.

Cunha atribuiu ao vice-presidente Michel Temer a aprovação do pacote de ajuste fiscal e a minoração da crise, mas voltou a defender a saída do peemedebista da articulação política do governo assim que as medidas estiverem consolidadas, que sua “missão” no ajuste fiscal for cumprida. “Temer não pode ficar cuidando de coisas menores”, pregou.

O presidente da Câmara enfatizou que essa é a primeira vez na história recente que um governo não tem maioria no Congresso. Ele acredita que após o recesso parlamentar, os deputados devem voltar “mais duros” em relação ao governo, já que a expectativa é que haja pressão das base eleitoral, que está insatisfeita com o aumento do desemprego. “A instabilidade não é boa para ninguém. Não desejo o insucesso de nenhum governo”, afirmou.

2º mandato

Cunha também criticou o governo por não ter capacidade de assumir uma agenda na área econômica e concluiu que o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff sequer começou. “O governo não diz qual sua agenda para a economia. Precisa assumir sua ação. O governo neste segundo mandato não começou”, declarou.

Aos jornalistas, Cunha defendeu o projeto que trata da remuneração do FGTS e disse que a proposta não tem impacto sobre o gasto público. Ele ressaltou que não tem histórico de apoiar “causas que comprometam as contas públicas”.

Sobre a proposta de reformulação do PIS/Cofins, o peemedebista deu um recado ao governo: “se houver aumento de carga tributária não vai passar”.

Aliança quase rompida

Cunha disse nesta quinta-feira (16) que agora “todos estão falando a mesma língua” em seu partido em relação ao rompimento da aliança com o PT para as próximas eleições. Segundo Cunha, os peemedebistas estão “doidos para cair fora”. “Ninguém aguenta mais aliança com o PT”, resumiu.

Para o peemedebista, a realidade é que seu partido não está no governo porque não participa das discussões públicas. Em sua avaliação, só os ministros ocupam espaço na Esplanada dos Ministérios. No entanto, por “responsabilidade com a governabilidade”, ele pregou que a legenda continue no governo Dilma. “Seria uma irresponsabilidade sair do governo”, declarou. Ele, no entanto, não descartou um rompimento antes de 2018.

Em sua avaliação, o vice-presidente Michel Temer conseguiu melhorar “muito” a articulação política com o Congresso e talvez, sem ele, a pauta do ajuste fiscal não teria passado. “Sem o Michel, o caos estaria instalado”.

Cunha evitou falar em futura candidatura à Presidência da República e diz que não pensa no futuro. “Penso no presente”, desconversou. Ele afirmou que o tempo definirá quem representará a sigla na disputa de 2018. “Todo mundo que usou o cargo com ambição pessoal deu com os burros n’água”, afirmou.

Em pé de guerra com os petistas, Cunha ironizou a possibilidade de haver um panelaço durante seu pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite dessa sexta-feira (17). “Estou fazendo prestação de contas, não estou esperando aplausos”, respondeu. Ele disse que “ficará muito feliz” se houver manifestação contrária porque isso significará que o PT estará liderando o movimento, o que dará mais destaque ao pronunciamento. “Será um PTzaço”, brincou.

Embora tenha criticado o “espetáculo” na Operação Lava Jato, principalmente no cumprimento de mandado de busca e apreensão contra políticos nesta terça, 15, Cunha - que é um dos investigados - evitou fazer comentários sobre o andamento das investigações. “Estou muito tranquilo. Não devo nada”.

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