Senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator-geral do Orçamento, diz que não pretende “forçar a barra”| Foto: José Cruz/ABr

O Palácio do Planalto foi alertado para os riscos jurídicos de tentar aprovar o Orçamento de 2013 em pleno recesso, por meio da Comissão Representativa do Congresso, mas alguns ministros palacianos ainda estariam "fascinados pelo pragmatismo da ideia".

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Segundo interlocutores, Ideli Salvatti (Relações Institucionais) teria sido mais sensível aos argumentos de técnicos contra a proposta. A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), no entanto, pressionada pela vontade da presidente Dilma Rousseff de ver aprovado o Orçamento, estaria mais determinada a acatar a ideia. Isso, também, motivada pela certeza de que, dificilmente, alguém recorreria contra a votação do Orçamento, que atende a emendas dos parlamentares.

Na sexta-feira, o impasse era tão grande que, apesar dos alertas de dentro do Planalto, alguns senadores chegaram a apostar que a votação aconteceria na próxima quinta-feira. Na véspera, o próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), estava mais cuidadoso diante da proposta, depois de ter recebido relatos de que os técnicos da Comissão Mista eram contra a proposta. "Não vamos forçar a barra", afirmou o relator-geral do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

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Sem planejamento para a eventualidade do atraso, a presidente Dilma Rousseff ficou irritada com o adiamento da votação em função da confusão da votação dos vetos. Na noite de quinta-feira, as ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti foram alertadas por técnicos de dentro do governo de que essa manobra regimental não tem precedentes e que as regras para tramitação do Orçamento estão no artigo 166 da Constituição. A saída política encontrada teria respaldo em poucos técnicos do Senado.

A intenção do comando da Comissão Representativa seria votar já na próxima semana. Mas, segundo Jucá, há pareceres técnicos contrários — a maioria, em especial dos especialistas da Comissão Mista de Orçamento (CMO) — e algumas a favor da tese de que a Comissão Representativa, composta por apenas 19 deputados e nove senadores, teria poderes de aprovar a peça orçamentária. O senador reiterou que ainda se busca uma solução jurídico-política para votar o Orçamento antes de 5 de fevereiro, quando o Congresso retomar os trabalhos.