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Manifestação das Mães da Praça de Maio em 2008: grupo atua há três décadas para encontrar desaparecidos da ditadura argentina | Alejandro Pagni/AFP
Manifestação das Mães da Praça de Maio em 2008: grupo atua há três décadas para encontrar desaparecidos da ditadura argentina| Foto: Alejandro Pagni/AFP

Diplomacia

Presidente irá ao Peru, China e Paraguai

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, confirmou ontem que a presidente Dilma Rousseff vai viajar no dia 16 de fevereiro para Lima (Peru), onde participará da Cúpula América do Sul e Países Árabes. No dia 13 de abril, a presidente vai para a China, onde terá uma reunião bilateral com o governo chinês e participará da Cúpula dos Brics – bloco de países em desenvolvimento que reúne Brasil, Rússia, Índia e China.

Segundo o chanceler, Dilma deve visitar o Paraguai no dia 26 de março, aproveitando a ocasião da comemoração do 20º aniversário do Mercosul. Patriota disse ainda que a viagem aos Estados Unidos ainda está sendo negociada e confirmou a visita do Ministro de Defesa, Nelson Jobim, à Argentina no dia 17 de janeiro.

Buenos Aires - As octogenárias Mães e Avós da Praça de Maio estão em contagem re­­­gressiva para conhecer de perto a presidente Dilma Rousseff, que visita a Argentina no dia 31. Há três décadas o grupo de mulheres procura o paradeiro dos desaparecidos políticos e dos bebês sequestrados pelos militares e pede a punição dos envolvidos no assassinato e na tortura de 30 mil civis durante a ditadura argentina (1976-83).

A nova presidente brasileira, ex-prisioneira da ditadura brasileira, que passou por torturas, é en­­­carada nas organizações de defesa dos Direitos Humanos em Buenos Aires como uma figura que permitirá impulsionar as investigações sobre assassinatos e torturas dos regimes militares do Cone Sul. "Dilma pode contar com as Mães como aliadas incansáveis em suas lutas na América Latina", anunciou a organização na semana passada, após a posse de Dilma.

No dia 31 de janeiro, Dilma manterá em Buenos Aires uma série de reuniões com a presidente Cristina Kichner. Embora a agenda presidencial prometa ser apertada, o governo Kirchner, aliado das avós e mães, espera que Dilma tenha uma brecha para encontrar-se com as organizações de defesa dos Direitos Humanos.

A ideia é levar Dilma para uma visita a um lugar em Buenos Aires que evoque as vítimas da ditadura. "A Escola de Mecânica da Armada é uma das hipóteses mencionadas", afirmou ontem em Buenos Aires o chanceler brasileiro Antonio Patriota. A Escola de Mecânica da Armada foi o principal centro de detenção e tortura dentro do perímetro da cidade de Buenos Aires. Localizada a dez quarteirões do estádio do River Plate, foi o cenário da tortura de mais de 5 mil civis suspeitos de "subversão". Desse total, menos de 150 pessoas sobreviveram.

O local contava com uma maternidade clandestina, onde nasceram dezenas de bebês, filhos das prisioneiras. As crianças, após o parto, eram entregues a famílias de militares e policiais sem filhos. As mães eram assassinadas depois de dar à luz.

Uma das principais modalidades de assassinato eram os denominados "voos da morte", nos quais os prisioneiros políticos eram jogados vivos dos aviões no Rio da Prata ou no mar. Diversas estimativas indicam que os militares argentinos utilizaram os voos da morte para eliminar entre 800 e 900 civis.

Balanço positivo

O chanceler Antonio r Patriota fez um balanço positivo da visita oficial que fez à Argenti­­­na, para preparar a visita de Dilma. Patriota relatou que discutiu com autoridades argentinas a pauta dos encontro de Dilma. Segundo ele, uma das prioridades será a integração no setor de energia. "A ideia é intensificar a cooperação em termos de biocombustíveis e energia nuclear. Também há disposição de trocarmos experiências em áreas de educação e cultura. Já existem mecanismos de cooperação, mas há um sentimento de que se pode fazer mais", detalhou.

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