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A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista publicada neste domingo (28) que nunca relaxou no controle da inflação ou das contas públicas, que não pretende reduzir ministérios e que ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são "indissociáveis".

Ao ser questionada se o ministro da Fazenda, Guido Mantega, está garantido no cargo, a presidente respondeu em entrevista publicada na edição deste domingo da Folha de S.Paulo: "O Guido está onde sempre esteve, no Ministério da Fazenda". E acrescentou que não iria falar de uma reforma ministerial.

Em seu pior momento de governo, com fortíssimas quedas de popularidade depois das manifestações que tomaram as ruas das principais cidades do país no mês passado, a presidente disse que reduzir ministérios não diminuiria custos e atingiria apenas pastas menores, como Igualdade Racial, que não têm máquina, mas têm tido um papel importante na formulação de políticas públicas.

"Não estou cogitando isso. Não acho que reduza custos. As medidas de redução de custeio nós tomamos. Todas", disse.

Ao ser questionada se teria relaxado o controle da inflação para manter o crescimento, a presidente disse: "Ah é? Tá bom. E como é que ela tá negativa agora?", referindo-se à taxa de -0,02% no acompanhamento diário que ela afirmou ser feito pelo governo.

A presidente garantiu ainda que será cumprida a meta da inflação para este ano, de 4,5 por cento mais uma tolerância de 2 pontos percentuais.

Sobre a política fiscal, Dilma argumentou que a relação entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB) nunca foi tão baixa e que a dívida bruta está caindo.

No sábado, a Reuters obteve uma cópia de carta enviada por Mantega à diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, pedindo uma revisão na metodologia que o FMI usa para medir a dívida bruta, alegando que ela infla o indicador do Brasil.

Confrontada com o fato de o Brasil estar crescendo pouco -o PIB se expandiu apenas 0,9 por cento em 2012 e apenas 0,6 por cento no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre do ano passado— Dilma disse que o "o mundo cresce pouco" e que não se tem mais "aquele vento a favor" que havia antes.

2014

Ao comentar os pedidos de "volta Lula", que ganharam força após sua queda de popularidade, Dilma disse que acha que "Lula não vai voltar porque ele não foi, ele não saiu".

"Ele disse outro dia:... ‘vou estar velhinho e fazendo política", afirmou a presidente.

Questionada se ele não voltaria à Presidência nunca mais, ela respondeu: "isso eu não sei". Em reação à insistência da repórter que fazia a entrevista, que perguntou se ele deixaria de voltar ao menos em 2014, a presidente desconversou: "esses problemas de sucessão eu não discuto, quem não é presidente que tem que ficar discutindo isso".

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