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Presidente fez 32 vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias | Ueslei Marcelino/Reuters
Presidente fez 32 vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Para mostrar rigor fiscal e impedir pressão por aumento de gastos, a presidente Dilma Rousseff vetou a possibilidade de conceder reajustes acima da inflação para aposentados e pensionistas do INSS que receberem benefício com valor superior ao do salário mínimo em 2012.

Esse foi apenas um dos 32 artigos que a presidente retirou da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), atendendo recomendação da equipe econômica. Com o veto, os aposentados e pensionistas do INSS receberão apenas a variação da inflação, medida pelo INPC.

A decisão da presidente, publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU), foi elogiada por alguns economistas, pois segura o aumento dos gastos em um ano que promete ser mais difícil para o país por causa da crise em economias desenvolvidas. "Achei a decisão correta. Tem que preservar o poder de compra, mas não repassar ganho real. Não tem como sustentar isso no longo prazo", explicou o economista Mar­­­­celo Caetano, pesquisador do Ins­­­tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em previdência.

Para o senador Paulo Paim (PT-RS) e para o presidente da Con­­federação Brasileira de Aposen­­­tados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins, o veto à negociação de um aumento real só demonstra a falta de sensibilidade política. "Eu não vetaria isso. O ideal é estabelecer o diálogo. Todo ano de crise é a mesma coisa. O aposentado sempre acaba pagando a conta", afirmou, indignado, Paim.

"Os aposentados estão de luto. Na LDO havia a previsão de negociação, mas não estava nada definido. Na Era Collor, os caras pintadas iam para a rua. Na era Dilma será a vez dos caras enrugadas", disse o presidente da Cobap. Já está marcado para 1.º de setembro um encontro entre as 22 federações de aposentados do país para avaliar o que poderá ser feito para pressionar o governo.

Outros vetos

A presidente Dilma também derrubou a meta para reduzir o déficit das contas públicas para o equivalente a 0,87% do Pro­­­duto Interno Bruto (PIB) em 2012. Também foi retirado o artigo que estabelecia que os gastos do custeio não poderiam crescer acima dos investimentos.

Além disso, o Tesouro Na­­­cional não terá de pedir aval do Congresso Nacional para emitir títulos da dívida pública e não haverá reserva de recurso – equivalente a 1% da receita líquida – para pagamento de emendas parlamentares.

Foi vetado ainda artigo que assegurava, mesmo sem mencionar valor, o compromisso de pagamento de despesas aos estados exportadores que perderam receitas com a Lei Kandir (o valor giraria em torno de R$ 3,9 bilhões). O Palácio do Planalto também vetou o artigo que comprometia o governo com o pagamento de 10% do estoque de restos a pagar.

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