Os bancos suíços garantem que o dinheiro que teria sido pago como propina pela Alstom e Siemens a intermediários brasileiros está congelado e que as instituições cooperaram nas investigações desde a identificação dos suspeiros. Segundo Claude Alain Margelisch, representante da poderosa Associação de Banqueiros Suíços, bancos foram "obrigados" a cooperar. "Não há proteção ou confidencialidade em caso de pagamentos de propinas", declarou. "Nesse caso (Alstom) e em qualquer outro, a instrução foi a de cooperar, o que é uma obrigação", indicou.

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Segundo o banqueiro, parte da iniciativa veio dos próprios bancos suíços, que identificaram movimentações suspeitas e informaram à Justiça. "O dinheiro, no momento que isso é identificado, é bloqueado pelo banco", confirmou Margelisch.

Posteriormente, cabe à Justiça confirmar o bloqueio, o que ainda estaria em vigor durante todo o prazo da investigação.

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No caso do Brasil, documentos obtidos pelo Grupo Estado revelam que os procuradores suíços já em 2011 suspeitavam de depósitos em nome dos brasileiros em bancos suíços. O Ministério Público exigiu e os bancos tiveram de repassar seus dados dos clientes à Justiça local.

Os investigadores suíços obtiveram dados que apontam que, em 21 de março de 2001, uma transferência de US$ 255,8 mil foi identificada em nome de Arthur Teixeira em sua conta Rockhouse 524373, no Credit Suisse de Zurique, envolvendo o amplo esquema de pagamentos de propinas da Alstom.

Outras transferências com volumes parecido de dinheiro e ligados à Alstom também foram identificados pelos suíços envolvendo Teixeira.

A transferência seria uma indicação da rota do pagamento da propina. Os suíços obtiveram dezenas de documento da multinacional, depois de uma série de intervenções nos escritórios da empresa. A Alstom, na época, garantiu que cooperava com a investigação e que a empresa havia passado por uma ampla mudança de comportamento.