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O presidente da Cedae, Wagner Victer, disse, nesta quinta-feira, que a equipe técnica da companhia constatou que o nível de turbidez da água do Rio Muriaé, um dos afluentes do Paraíba do Sul, está 200 vezes acima do normal. Durante a madrugada foi feito um monitoramento das águas do rio, atingido por um derramamento de pelo menos dois milhões de metros cúbicos (dois bilhões de litros) de lama misturada com bauxita e sulfato de alumínio, após o rompimento de um dique da mineradora Rio Pomba Cataguases Ltda, em Miraí (MG) , na madrugada da quarta-feira, o segundo vazamento em menos de um ano. A análise foi feita em um trecho do rio a 40 quilômetros da divisa com o Estado do Rio.

- A análise aponta que o acidente é de alta gravidade e que a situação é mais grave do que imaginávamos. Embora os produtos não sejam tóxicos, o índice da turbidez indica que haverá uma grande mortandade de peixes nos rios Muriaé e possivelmente no Paraíba do Sul - afirmou Victer.

Abastecimento interrompido

Na manhã desta quinta-feira, a Cedae interrompeu o abastecimento de água nas cidades de Lajes de Muriaé, Itaperuna e São José de Ubá, onde vivem cerca de 90 mil pessoas, devido à aproximação dos resíduos. A previsão era de que os rejeitos - que podem conter ainda cromo, um metal pesado tóxico - atingissem o Estado do Rio na madrugada desta quinta-feira. Entretanto, como a lama está descendo lentamente pelo rio, Victer acredita que ela deve chegar a Lages do Muriaé por volta da hora do almoço. Italva, Cardoso Moreira e Campos também podem ser afetados. O presidente da Cedae vai entrar em contato ainda com o prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, para deixá-lo em alerta, pois há risco do acidente afetar também o abastecimento de água em Campos.

As prefeituras se preparam para a falta de abastecimento na região e enchentes. A Cedae solicitou carros-pipa ao Governo de Minas para atender à população, já afetada pelas chuvas do início do ano. Atendendo pedido da Cedae, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) iniciou ações emergenciais em Lajes de Muriaé, nesta quinta-feira. Foram utilizados 14 caminhões-pipa, que serão abastecidos em Patrocínio do Muriaé, em Minas Gerais, distante 20 km da cidade fluminense. Também deve chegar nesta quinta um caminhão com 140 mil copos de água para a população. A Cedae pede aos moradores da região do Noroeste fluminense que estoquem o máximo possível de água, antes da chegada da lama.

- A Cedae montou um gabinete de crise em Lages do Muriaé. Estão lá 50 dos melhores técnicos da empresa. A maior preocupação é Itaperuna, onde o consumo de água é grande. Já foi feito o mapeamento de hospitais, escolas, creches e outros locais que precisam ser atendidos com prioridade pelos carros-pipa - disse Victer.

Socorro às vítimas

O vice-presidente do Brasil, José Alencar, que é natural da região da Zona da Mata, onde estão as cidades de Miraí e Muriaé, conversou, nesta quarta-feira, com vários ministros, por causa do vazamento. Alencar pediu empenho para uma ação rápida e imediata no atendimento às vítimas aos ministros da chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, com do Planejamento, Paulo Bernardo, dos Transportes, Paulo Sérgio, e da Integração Nacional, Pedro Brito.

O clima entre os moradores da região é de tristeza e de revolta. De acordo com assessoria do vice-presidente, a ajuda do governo federal tem que ser solicitada pelo governo estadual. A Defesa Civil de Minas tem que enviar um laudo técnico comunicando a situação de calamidade para que o governo federal possa enviar recursos humanos e materiais à região.

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