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O ex-ministro José Dirceu retornou ao CPP (Centro de Progressão Penitenciária), em Brasília, às 19 horas desta quinta-feira (3), após o seu primeiro dia de trabalho no escritório do advogado José Gerardo Grossi. Assim como havia feito pela manhã, quando deixou o presídio, Dirceu não deu declarações à imprensa e foi hostilizado por uma pessoa.

No carro, já a caminho da carceragem destinada a presos do regime semiaberto, conversou ao telefone. Ele passou 10 horas no escritório e não saiu para almoçar, o que é permitido pelas regras da justiça.

Às 7h27 da manhã ele deixou o presídio sorrindo e entrou em uma Hilux preta, da sua empresa de consultoria - mesmo carro que o trouxe de volta ao CPP. Vestia calça jeans, camisa social azul e blazer e estava visivelmente mais magro.

Ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, Dirceu vai ajudar, das 9h às 18h, a organizar documentos e livros e a fazer serviços administrativos no escritório de Grossi. Ele deve trabalhar ao lado de outras duas auxiliares. O salário combinado é de R$ 2.100. Mais cedo, Grossi afirmou que ele chegou em "clima de excitação" ao trabalho.

Dirceu foi transferido nesta semana do Complexo Penitenciário da Papuda, na capital federal, para o CPP, após decisão da juíza Leila Cury, do TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal). Ele estava preso na Papuda desde novembro do ano passado. O ex-ministro foi condenado a 7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa no processo do mensalão do PT, mas tem direito a cumprir a pena no regime semiaberto.

O Código Penal afirma que o semiaberto é destinado a presos não reincidentes condenados a mais de quatro anos de prisão e menos de oito anos.

Histórico

O pedido de trabalho externo de Dirceu se arrasta desde o ano passado. Primeiramente ele tentou obter autorização para trabalhar num hotel de Brasília. Lá, seria gerente e receberia salário de R$ 20 mil.

Dúvidas sobre o verdadeiro proprietário do hotel surgiram após a revelação de que a empresa que comandava o estabelecimento era sediada no Panamá e tinha como presidente um auxiliar de escritório que residia num bairro pobre da cidade.

Devido a isso, Dirceu desistiu da proposta e obteve uma nova, para trabalhar no escritório de advocacia do José Gerardo Grossi, em Brasília, com salário de R$ 2,1 mil. Primeiramente, o pedido foi negado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa. Todavia, na semana passada foi autorizado pela maioria da corte.

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