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A Polícia Civil trabalha com duas hipóteses para o assassinato de Wellington Segura, de 31 anos, diretor-geral do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mauá, no ABC, ocorrido na noite de sexta-feira (26): vingança de presos da unidade ou da organização criminosa PCC que age a partir dos presídios paulistas.

Wellington morreu após ser atingido por vários tiros de pistola 380 e .40 e de fuzil quando voltava do trabalho, por volta de 19h de sexta-feira (26). Ele dirigia uma Parati branca da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e estava acompanhado da diretora de Recursos Humanos da unidade, Marilene Maria da Silva, de 25 anos.

Eles tiveram o veículo cercado por três bandidos, que estavam numa Parati preta, na Rua Maurílio Ângelo Lorenzini, no Parque Santista, em Mauá. Marilene foi ferida com quatro tiros, mas sobreviveu ao atentado. Ela passou por cirurgia e o estado dela é estável.

O delegado titular da Delegacia de Mauá, Américo dos Santos Neto, confirmou que Wellington vinha sofrendo ameaças e era alvo dos bandidos. "Foi um crime planejado, uma execução. Um dia antes do crime, ele foi seguido por um Tempra, e no mesmo dia foi ameaçado."

De acordo com ele, os dois não tiveram tempo de reagir porque a ação foi muito rápida. O revólver de Segura foi encontrado no meio das pernas dele. Além disso, havia um galão de gasolina no veículo, o que pode indicar que os bandidos queriam incendiar o veículo. Foram encontrados dentro do carro do diretor cerca de 20 projéteis.

O delegado destacou ainda o estilo linha dura de Wellington com os presos. "A informação é que ele era muito rígido. Ia com muita energia, pecava pelo excesso, buscando a melhor disciplina. Ele era até aconselhado a ir com mais calma." Segundo Santos Neto, os presos dos CDPs de Mauá e de Santo André receberam a notícia da morte com festa ainda na sexta-feira. "Houve comemoração", disse o delegado.

O veículo conduzido pelos três bandidos foi localizado neste sábado a 10 km do local do crime e, de acordo com Américo, havia sido roubado em novembro do ano passado.

Os policiais pretendem checar as multas que o veículo teve por excesso de velocidade, para tentar descobrir o trajeto dos criminosos e prendê-los.

Visitas suspensas

Santos Neto disse que ainda que não tem indícios de envolvimento de funcionários no assassinato. Segundo ele, na manhã deste sábado (28) houve um princípio de tumulto no CDP porque as visitas foram suspensas por 15 dias após o crime. Mas foi controlado logo. Parentes protestaram contra a medida do lado de fora do presídio.

Wellington Rodrigues Segura era casado e deixou uma filha de um ano e meio. Ele já foi diretor do CDP de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, e há um ano, dirigia o CDP de Mauá.

Segura foi sepultado no fim da tarde deste sábado em Presidente Prudente, no cemitério municipal São João Baptista.

Superlotado

Com capacidade para receber 576 presos, mas superlotado com 713 detentos, o CDP de Mauá é um dos presídios mais problemáticos do ABC paulista. A unidade enfrentou rebeliões, a maior delas em março, durante ações simultâneas em todo o estado.

Segura tinha fama de linha dura e trabalhava na unidade desde fevereiro do ano passado, portanto estava no comando da unidade durante a onda de ataques em são Paulo. O delegado Renato Gomes Camacho, de Mauá, afirmou que Wellington Segura recebia ameaças. "Isso acontece com quem trabalha nessa área", disse.

O sistema prisional entrou em alerta após o assassinato de Segura, em Mauá. Todos os diretores de presídios e carcereiros ligados à Secretaria de Administração Penitenciária SAP) foram avisados para estar atentos e cautelosos.

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