O texto publicado na página oficial do PT no Facebook com duras críticas ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), recebeu o aval do vice-presidente nacional da sigla, Alberto Cantalice, responsável pelo setor de mídias sociais do partido. Segundo lideranças petistas, Cantalice aprovou o texto enviado pela equipe que administra a conta do PT no Facebook antes que ele entrasse no ar, mas não achou que a repercussão seria tão grande.

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O vice-presidente petista não identifica o autor do texto e diz que ele foi produzido "pela equipe que cuida do Facebook" e pondera que o que foi escrito "não representa a posição oficial do partido". "O autor é a equipe, não alguém específico. As notas oficiais são discutidas sempre em reunião e assinadas pela direção do PT. Não foi esse caso", afirmou Cantalice.

Ainda de acordo com o vice-presidente do PT, o artigo é "fruto de uma insatisfação" e uma "resposta às críticas" que Campos tem feito a Dilma em seus perfis nas redes sociais. Recentemente, o governador ironizou a tentativa do governo federal de tentar baixar os preços das passagens de avião durante a Copa do Mundo.

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Balada de Campos

Nesta terça, PT nacional publicou um texto intitulado "A balada de Eduardo Campos". O artigo diz, entre outros ataques, que o governador é um "tolo", "playboy mimado" e que "vendeu a alma à oposição" ao descartar aliança com o PT e decidir se lançar ao Palácio do Planalto.

Além de criticar Campos, o texto fez ataques à ex-senadora Marina Silva (PSB), neoaliada de Campos, chamando-a de "ovo da serpente". Segundo o artigo, Marina virou uma "pedra no sapato", em referência às divergências entre os dois frente à política de alianças adotada pelo PSB. A publicação do artigo causou diversas reações no PSB. Em resposta, Campos escreveu hoje em sua página na mesma rede social sobre "o ataque covarde" do partido da presidente Dilma.

O vice-presidente do PSB e líder do partido na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS), que havia rebatido o texto em sua conta no Twitter logo após a publicação, divulgou nota no site do PSB em que dizia que o PT se tornou uma "seita fundamentalista".

Estratégia

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A estratégia do PT agora é não fazer autocrítica e não permitir que a história ganhe maiores proporções. Apesar de ser um dos prováveis adversários de Dilma na eleição presidencial deste ano, a política de boa vizinhança com o ex-aliado ainda é forte dentro do PT.

No Palácio do Planalto, a ordem é não comentar o assunto. Segundo interlocutores de Dilma, partido é partido, governo é governo. Nos bastidores, porém, o comentário é de que nem partido nem governo se beneficiam com esse tipo de episódio.