Dois meses após a primeira renúncia na diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o colegiado da agência trabalha com apenas um diretor empossado, o brigadeiro Allemander Pereira Filho, responsável pela Segurança Operacional, Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. Outros dois novos dirigentes, Marcelo Pacheco dos Guaranys, que assume a Infra-Estrutura Aeroportuária; e Alexandre Gomes de Barros, que comandará os Serviços Aéreos e Relações com Usuários; já foram nomeados, mas ainda não assumiram os cargos oficialmente.
Para compor as cinco cadeiras do colegiado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ainda precisa indicar dois novos diretores, que precisarão ser sabatinados pelo Congresso. A atual secretária de Aviação Civil, Solange Vieira, é cotada para assumir a presidência da agência, no lugar de Milton Zuanazzi, que deixou o cargo na última semana.
De acordo com a assessoria da Anac, Marcelo Pacheco já freqüenta a agência, mas Alexandre Barros está em viagem ao exterior e deve retornar ao Brasil nesta quarta ou quinta-feira. A posse dos diretores está programada para esta semana. Enquanto isso não acontece, Allemander assume as decisões para contornar a crise provocada pelo fechamento da BRA . Tudo o que for decidido será depois homologado pelos demais dirigentes. Oficialmente, as decisões da Anac precisam ser referendadas por no mínimo três dos cinco diretores.
Renúncia de Denise Abreu deu início às baixas na Anac
Na berlinda desde o início da crise aérea, a agência começou a sofrer baixas em seu colegiado no dia 24 de agosto, com a renúncia de Denise Abreu, diretora de Serviços Aéreos e Relações com Usuários. No final de outubro, a CPI do Apagão Aéreo no Senado aprovou o pedido de indiciamento de Denise .
Ainda em agosto, deixou o cargo Jorge Luiz Brito Veloso, da diretoria de Segurança Operacional. Em setembro, renunciaram o diretor de Relações Internacionais e Estudos, Pesquisas e Capacitação, Josef Barat, e o diretor de Infra-Estrutura Aeroportuária, Leur Lomanto.
No último dia 31, o último remanescente da antiga diretoria, Milton Zuanazzi, entregou a carta de renúncia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após meses de divergências públicas com o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
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