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Richa e Ducci, durante a comemoração pela eleição, em 2008: com a renúncia do prefeito para concorrer ao governo, o vice herdará o cargo | Rodolfo Bürher / Gazeta do Povo
Richa e Ducci, durante a comemoração pela eleição, em 2008: com a renúncia do prefeito para concorrer ao governo, o vice herdará o cargo| Foto: Rodolfo Bürher / Gazeta do Povo

Pessuti assume o governo em abril

O governo do estado também passará por mudanças na administração daqui a um mês. Com a saída do governador Roberto Requião (PMDB) para concorrer ao Senado ou à Presidência da República, o vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB), assumirá o comando do Executivo paranaense a partir de abril.

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Continuidade deve marcar gestão do vice

A posse de Luciano Ducci (PSB) como prefeito de Curitiba dará sequência ao comando do grupo político que se mantém no poder há 56 anos, desde a administração municipal de Ney Braga. Apesar de o PSB ser historicamente um partido de esquerda, Ducci deverá dar continuidade à política que sempre teve como principal bandeira tornar a capital do Paraná em um modelo de desenvolvimento para o país.

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  • Veja pesquisa que revela a dos curitibanos sobre o vice-prefeito

A renúncia de Beto Richa (PSDB) do cargo de prefeito de Curitiba para disputar a eleição ao governo do estado, dada como praticamente certa desde o ano passado, parece ter pegado os curitibanos de surpresa. É o que aponta um levantamento feito com exclusividade pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo.

De acordo com a pesquisa, realizada na semana que passou, 65,6% dos moradores da capital ainda não sabem que, a partir de abril, o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), vai se tornar prefeito. O levantamento ainda mostra que a maior parte dos curitibanos (63%) desconhecem quem é Ducci. Ainda assim, o mesmo porcentual de pessoas acredita que ele fará uma administração boa ou ótima.

Lei Eleitoral

Pré-candidato do PSDB à sucessão estadual, Richa terá de renunciar ao cargo de prefeito, por força da Lei Eleitoral, até o dia 2 de abril para disputar a eleição deste ano. Como o mandato do tucano se estende até o fim de 2012, Ducci será o prefeito da capital por um período de dois anos e nove meses.

"O vice é uma figura que não tem o destaque merecido durante as campanhas. No próprio material de divulgação, além da apresentação do nome, ele pouco aparece. Não há qualquer visualização da tarefa que ele vai desempenhar", afirma Ricardo Costa de Oliveira, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Além do desconhecimento do nome do vice-prefeito, Oliveira destaca a falta de informação dos curitibanos a respeito da mudança partidária no comando da prefeitura – do PSDB de Richa para o PSB de Ducci. Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados não sabia dizer o partido do vice-prefeito, enquanto 17% acreditavam que ele é filiado ao PSDB. Somente 4% acertaram a que legenda pertence Ducci. "O regime democrático de eleições no Brasil se baseia nos partidos políticos, mas os números mostram que a grande maioria não dá a devida importância a esse fato", critica o professor.

Bom substituto

De acordo com o levantamento do Paraná Pesquisas, mesmo sendo um desconhecido para a maior parte da população, Ducci fará uma administração boa ou ótima para 63% dos entrevistados. O porcentual é bem próximo aos 58% que aprovam a saída de Richa da prefeitura para disputar o governo. "Os números mostram que há uma posição da maioria em concordar com o atual processo de administração da prefeitura, pensada em termos de gestão e não apenas de nomes", analisa Oliveira.

O professor alerta, porém, para uma "erosão significativa" nos mais de 77% de votos recebidos por Richa na eleição que o reelegeu em 2008.

Segundo ele, esse desgaste teria relação, sobretudo, com a promessa de campanha feita pelo tucano de cumprir o segundo mandato até o fim. "Os 58% que concordam com a saída do Beto da prefeitura já são um porcentual indicativo de quem está propenso a votar nele para o governo do estado. Apesar da queda, ainda assim é uma maioria", salienta Oliveira. "Mas os números estão no limite da possibilidade, o que exige atenção. Ele está na faixa de risco político, uma vez que não há folga entre os que apoiam sua saída e aqueles que discordam."

Um exemplo positivo para Richa, compara Oliveira, é o do governador paulista, José Serra (PSDB), que renunciou à prefeitura de São Paulo em 2006 e venceu a disputa pelo governo do estado com 58% dos votos, já no primeiro turno. "O Serra realizou a mesma operação política e teve sucesso. Então, se a maioria ainda concorda com a saída do Beto, em princípio ele pode ter a maioria dos votos em Curitiba", afirma o professor da UFPR. "Mas é claro que há riscos; e o Beto pode perder a eleição. Em política, nada é garantido."

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