João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT: acareação para descobrir o rastro da propina.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A CPI da Petrobras pretendia promover nesta quarta-feira (2) uma acareação entre o executivo Augusto Mendonça, ex-executivo da Toyo Setal,o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Porém, no início da sessão, o presidente da CPI Hugo Motta (PMDB-PB) informou que o ministro Dias Toffoli, do STF, concedeu um habeas corpus em favor de Vaccari, garantindo ao ex-tesoureiro do PT o direito de permanecer em silencio durante a acareação.

CARREGANDO :)

Por ter firmado acordo de colaboração premiada, Mendonça deve responder aos questionamentos dos deputados, a menos que obtenha um habenas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer em silêncio.

Duque e Vaccari estão presos no Complexo Médico Penal em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba e são investigados pela Operação Lava Jato. Já Mendonça que, em delação premiada afirmou que parte do dinheiro desviado da estatal era pago como propina à Renato Duque - este repassava um porcentual dos valores como doação oficial de campanha ao PT, segundo o ex-executivo.

Publicidade
Veja também
  • Gilmar Mendes vê atuação ‘viciada’ de Janot sobre Dilma
  • Marcelo Odebrecht descarta fazer acordo de delação premiada
  • PF indicia José Dirceu, Vaccari e mais 12 pessoas em inquérito na Lava Jato

Os deputados querem confrontar versões e tentar elucidar se algum dinheiro desviado da Petrobras irrigou a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição no ano passado.

A sessão desta quarta-feira (2) deve ser a última da CPI em Curitiba. Essa é a segunda vez que os parlamentares vêm a Curitiba para ouvir investigados presos da Lava Jato. A primeira foi em maio desse ano, quando foram ouvidos o doleiro Alberto Youssef, os ex-deputados Pedro Corrêa (PP), André Vargas(ex-PT) e Luiz Argolo (SD), a doleira Nelma Kodama e o operador Fernando Soares, o Fernando Baiano, entre outros.

Depoimentos

Além dos três, os deputados ouvem nessa quarta-feira (2) o operador Fernando Moura e o publicitário Ricardo Hoffmann. Moura é apontado como operador do ex-ministro da Casa Civil J osé Dirceu e foi preso na deflagração da 18a fase da Operação Lava Jato. Ele teria sido o responsável pela indicação do nome de Renato Duque para a Diretoria de Serviços da Petrobras.

Publicidade

Já Hoffmann é o dono da agência de publicidade Borghi Lowe, investigada pelo pagamento de propina para obtenção de contratos junto ao Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal. Ele foi preso em abril, na 11a fase da Lava Jato. A orientação do advogado de defesa, Marlus Oliveira, é que o publicitário fique em silêncio durante a oitiva.

Desde que a CPI desembarcou em Curitiba, na segunda-feira (31), apenas um investigado abriu mão do silencio absoluto – o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que foi ouvido nesta terça-feira (1.º). Apesar de responder alguns questionamentos, Odebrecht não trouxe nenhuma informação nova aos parlamentares e a sessão foi marcada por perguntas amenas e pouca provocação dos deputados, ao contrário do que ocorreu com os demais depoentes.

Clique aqui e acompanhe o tempo real.