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 | Brizza Cavalcante/Ag. Câmara
| Foto: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara

Os partidos também organizam seus projetos de reforma política. O deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) esteve em Curitiba para falar do projeto tucano, que prioriza seis propostas: o voto distrital misto, o fim da reeleição, uma cláusula de desempenho para redistribuir vantagens parlamentares, fim das coligações proporcionais, a extinção do cargo de suplente para senador e mudança na regra de concessão de tempo de tevê. Confira uma entrevista onde o deputado explica alguns pontos do projeto.

Por que uma reforma política agora?

As manifestações [de junho] foram muito difusas, ninguém pediu uma reforma política, mas é muito forte a ideia de que os políticos não representavam o povo. O nosso sistema eleitoral não incorpora a experiência das democracias avançadas. Temos um sistema irracional e caríssimo, que não aproxima as pessoas do sistema político. A coligação proporcional faz com que o eleitor do Tiririca, por exemplo, coloque no Congresso mais três deputados que não o representam. Além disso, as campanhas são caríssimas.

O voto distrital, puro ou misto, não poderia facilitar a criação de um coronelismo em regiões menos assistidas?

Não acredito. O sistema atual favorece o comprador de voto, e esse comprador compra uma região, se queima ali pela ausência e muda pra outro. É um voto nômade. O voto distrital misto ou puro não permite.

Porque o PSDB, que defendeu a criação da reeleição quando Fernando Henrique Cardoso estava no poder, agora rejeita a ideia?

O Aécio (Neves, senador) sempre preferiu um mandato de cinco anos sem reeleição. Nos municípios pequenos, a reeleição tem sido uma ferramenta contrária ao arejamento. Naquela época [da criação da reeleição], o governo tinha tomado uma série de medidas para sanear o país.

O que o senhor acha dos projetos de iniciativa popular?

Acho complicado o plebiscito. Imagine que uma proposta tenha 23%, e outras tenham 18% e 20%. É um problema de hegemonia. Já a proposta do MCCE é muito confusa. Ela não corrige o problema de vínculo, não limita território, as campanhas continuam caras, e não há como controlar que o eleitor que vote na legenda no primeiro turno vote em um candidato de outro partido no segundo.

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