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Líder do governo na Assembleia e indicado pela assessoria do Palácio Iguaçu para falar sobre o assunto, o deputado Ademar Traiano (PSDB) defendeu o projeto como fundamental para os investimentos no estado. Segundo ele, a medida é necessária diante do "corte violento de repasses" ao Paraná por parte da União. "É um socorro, para termos acesso a recursos que serão investidos em programas sociais. Não se trata de algo novo, mas de um fato que já ocorre em outros estados", declarou.

Questionado sobre o risco de calote em pessoas que tenham ações judiciais cujos recursos venham a ser usados pelo Executivo, o tucano afirmou que não há nenhum receio em relação a isso. "A própria mensagem dá segurança e garantia da devolução dos recursos dentro de prazo fixado", disse.

Já o petista Tadeu Veneri classificou a proposta como um "despropósito". Ele disse que ficou sabendo da convocação das sessões extraordinárias apenas por e-mail enviado pela Assembleia aos deputados. "É um desrespeito ao Legislativo ficar resolvendo problemas criados única e exclusivamente pelo próprio governador", disse o líder da oposição. Segundo Veneri, os sete parlamentares do PT não irão às sessões de hoje e amanhã.

A maior preocupação dos oposicionistas se baseia, sobretudo, no caso do Rio Grande do Sul. Lá, o governo criou há mais de dez anos o sistema do caixa único, que recentemente foi implantado no Paraná. No sistema gaúcho, o Executivo é obrigado a repor o que retira da superconta, mas não o faz. O resultado é que, desde 1999, os saques já somaram R$ 9,4 bilhões (em valores corrigidos) e contribuíram para que as despesas do estado passassem a ser maiores que as receitas. Nesse cenário, o déficit projetado para este ano é de R$ 2 bilhões.

Como forma de contornar esse problema, o governador Tarso Genro (PT) sacou no primeiro semestre deste ano R$ 4,2 bilhões dos depósitos judiciais do estado. No Rio Grande do Sul, a legislação permite o saque de até 85% do valor dos depósitos, o que não impediu um pedido de impeachment contra o petista sob a alegação de que a lei é inconstitucional.

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