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Eduardo Paes contou ter discutido de forma áspera com Levy durante jantar na noite de segunda-feira em Brasília, na casa do vice-presidente Michel Temer | André Mourão - Ag. O Dia
Eduardo Paes contou ter discutido de forma áspera com Levy durante jantar na noite de segunda-feira em Brasília, na casa do vice-presidente Michel Temer| Foto: André Mourão - Ag. O Dia

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), disse nesta quarta-feira que “trairia a presidente Dilma Rousseff (PT) todos os dias” se for para defender a cidade. Ele negou que a petista tenha se irritado com o impasse da reunião desta segunda-feira entre Paes e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Se quiserem achar que defender a minha cidade é traição, então eu vou trair ela (Dilma) todo dia. Defender o Rio é a minha prioridade”, afirmou, negando, porém, qualquer crise com o governo federal: “Não ha crise na relação entre prefeitura e governo federal, o que há é uma crise politica lá (em Brasília)”.

Levy pede, e Renan adia voto a projeto que regulamenta indexador de dívidas

O presidente do Senado ainda não se manifestou oficialmente sobre a data da votação, mas petistas que se reuniram com Renan no início da tarde desta quarta (25) confirmaram o adiamento

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Mais cedo, em visita ao campo de golfe das Olimpíadas, na Barra da Tijuca, ele contou ter discutido de forma áspera com Levy durante jantar na noite de segunda-feira em Brasília, na casa do vice-presidente Michel Temer. Paes disse que “quebrou o pau loucamente” com o ministro da Fazenda, de quem disse ser amigo pessoal. E chamou Dilma de “malandra”, ao comentar uma melhora na habilidade política da presidente. “O Joaquim é meu amigo, mas nesse dia a gente quebrou o pau loucamente. Até achei que ela (Dilma) estava mais habilidosa politicamente. Deu uma de malandra, deixou o Joaquim brigando comigo e ficou ‘Joaquim, ajuda o Eduardo’. Falei: ‘ela está aprendendo a fazer política’”.

Segundo o prefeito, a presidente Dilma Rousseff foi avisada por ele de que a prefeitura entrou na Justiça para garantir o pagamento do valor, que foi renegociado no ano passado. De acordo com Paes, o aviso foi dado há duas semanas, quando a presidente veio ao Rio para a inauguração do Porto. Na manhã desta quarta-feira, ele confirmou que fez o depósito dos R$ 29 milhões restantes da dívida da prefeitura com o governo federal. A parcela vencia nesta quarta. “Jamais tomaria uma medida dessa sem avisar. A Dilma achou normal (a ação na Justiça) e falou ‘Joaquim (Levy) dá uma solução para o Eduardo”, mas o Joaquim não deu.

AGU

Também nesta quarta-feira, o Advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou que vai recorrer da liminar obtida por Paes para o município do Rio que permite o pagamento da dívida com o indexador menor aprovado no ano passado. Paes considerou a decisão de Adams “absolutamente natural” e disse que seria “escandaloso” o município virar credor da União. “Acho absolutamente natural, é o papel dele. Como era o meu papel entrar com a ação, era o papel dele recorrer . Tomara que a gente tenha a clareza do direito do município não virar credor da União. É o papel institucional de cada um, não há briga, não há conflito”.

Em votação-relâmpago nesta terça-feira, a Câmara reagiu à decisão do governo de adiar a renegociação das dívidas de estados e prefeituras e aprovou um projeto que obriga a União a cumprir a lei, do ano passado, que reduz o passivo das gestões estaduais e municipais. De acordo com o ministro da Fazenda, o impacto será de R$ 3 bilhões nos cofres públicos este ano, caso a redução da dívida seja aprovada.

Paes disse ainda que não é contra o ajuste fiscal defendido pelo governo federal. “Ajuste fiscal é fundamental, mas isso não está na pauta do ajuste fiscal. Com todo o carinho que tenho pela presidente Dilma, não posso ser irresponsável com a minha cidade. Não é justo o morador do Rio pagar por erros que não foram cometidos pela prefeitura”.

O prefeito garantiu ainda que, caso precise pagar o valor original da dívida, antes da renegociação, nenhuma área será afetada, pois a verba está prevista no orçamento.

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