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Eduardo Requião: segundo investigação da Polícia Federal, ex-superintendente do Porto de Paranaguá seria beneficiado pelo esquema de compra ilegal de uma draga | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Eduardo Requião: segundo investigação da Polícia Federal, ex-superintendente do Porto de Paranaguá seria beneficiado pelo esquema de compra ilegal de uma draga| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

O ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) Eduardo Requião – irmão do senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB) – deve ser ouvido pela Polícia Federal (PF) de Paranaguá, no litoral do estado, até o fim deste mês. Ele é um dos suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de US$ 5 milhões (cerca de R$ 9 milhões) na compra de uma draga em 2010 para o porto paranaense. O caso é uma das fraudes investigadas na Operação Dallas, deflagrada no fim de janeiro e que prendeu temporariamente dez pessoas, entre elas Daniel Lúcio de Oliveira Souza, outro ex-superintendente da Appa.

Quatro meses depois, Eduardo Requião e outras dez pessoas, algumas delas ligada à cúpula do governo do Paraná até o ano passado, ainda não prestaram depoimentos. Nos próximos dias, os policiais devem ouvir Luís Guilherme Mussi (ex-assessor especial de Roberto Requião), Alex Ham­­moud (empresário de Foz do Iguaçu), Gilberto Nagasawa (empresário em Londrina) e Sérgio Luiz Fernandes (advogado). Todos são investigados pela PF acusados de integrar uma quadrilha organizada para desviar o dinheiro da licitação, que só não ocorreu porque o procedimento foi cancelado pela Justiça Federal na época.

Os policiais federais já tomaram depoimento de três pessoas envolvidas no caso: Carlos Augusto Moreira Júnior (ex-chefe de gabinete de Requião no governo estadual) e duas secretárias que não tiveram os nomes divulgados. Daniel Lúcio, apontado como o articulador do esquema, informou à PF que não quer prestar informações e só irá falar em juízo.

O delegado Sérgio Luís Stinglin, responsável pelas inves­­­­­tigações, explicou que nem todos os envolvidos foram convocados a prestar informações por causa da demora na análise dos documentos apreendidos no dia da operação. O policial disse que ainda há da­­­dos sendo analisados e documentos requisitados a órgãos externos que ainda não che­­­ga­­­­­­ram. Somente de­­­­pois de ter todos os detalhes em mãos é que os depoimentos devem ocorrer.

Esquema

A Operação Dallas investiga fraudes em pelo menos três licitações do porto e o desvio de grãos no silo da Companhia Brasileira de Logística (CBL). Ao todo, mais de 30 pessoas devem ser ouvidas em quatro inquéritos. Cerca da metade do grupo de envolvidos já foi interrogada. Porém não há prazo para a PF finalizar o trabalho, segundo o delegado Stinglin.

No dia da operação, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão. Gravações telefônicas feitas pela PF revelam que Eduardo Requião seria o principal beneficiário do suposto esquema na licitação da draga.

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