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Roberto Requião (PMDB) e Osmar Dias (PDT) gastaram juntos na campanha para o governo do Paraná mais dinheiro do que a soma dos quatro candidatos que chegaram ao segundo turno em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. As despesas declaradas pelos dois superaram os R$ 20 milhões, enquanto os catarinenses Espiridião Amin (PP) e Luiz Henrique Silveira (PMDB), mais os gaúchos Olívio Dutra (PT) e Yeda Crusius (PSDB) disseram ter gastado ao todo R$ 17,4 milhões. A dupla paranaense também superou quase em duas vezes os fluminenses Sérgio Cabral (PMDB) e Denise Frossard (PPS), que colocaram R$ 12 milhões na corrida eleitoral.

O prazo para a prestação de contas dos candidatos que participaram do segundo turno das eleições deste ano acabou ontem. Requião apresentou despesas de quase R$ 13 milhões. A quantia é 80% superior à declarada por Osmar, pouco menos de R$ 7,2 milhões. Sozinho, no entanto, o candidato pedetista gastou o dobro de Yeda, governadora eleita do Rio Grande do Sul (R$ 3,4 milhões) e quase a mesma quantia que Silveira, governador reeleito reeleito de Santa Catarina (R$ 7,5 milhões).

"Declarei o que realmente gastamos, não fiz qualquer tipo de ajuste. Não posso responder pelo que os outros disseram ter gastado, se está certo ou não", afirma o tesoureiro da campanha de Requião, Milton Buabssi. Segundo ele, a disciplina aplicada na prestação de contas foi extremamente rígida. "Trabalhamos com uma papelada enorme. Realizamos quase 25 mil lançamentos financeiros." Apesar do volume de dinheiro, o comitê peemedebista conseguiu gastar menos do que os R$ 15 milhões previstos no começo da campanha.

Já o comitê da chapa de Osmar esperava gastar R$ 11 milhões. "Fizemos uma campanha modesta, ficamos R$ 4 milhões abaixo do que estávamos prevendo. O máximo que recebemos de doações individuais foi R$ 150 mil", explica o tesoureiro pedetista, Jorge Bernardi. Ele explica que as despesas ficaram divididas entre os dois turnos da eleição. Já Buabssi conta que, do total, a campanha de Requião gastou cerca de R$ 5 milhões só no segundo turno. Comparativamente, o pedetista gastou R$ 2,63 por cada voto recebido, contra R$ 4,87 do adversário reeleito.

Essa foi a primeira campanha após as mudanças na legislação eleitoral que proibiram os candidatos de distribuir brindes (como chaveiros, bonés e camisetas) e a realização de showmícios. Ainda assim, Requião gastou quase quatro vezes mais do que na eleição de 2002, quando declarou despesas de R$ 3,5 milhões. "Os gastos com material de impressão, por exemplo, cresceram muito, já que os comícios praticamente deixaram de existir", afirma Buabssi.

As contas apresentadas por todos os candidatos serão a partir de agora cruzadas com dados da Receita Federal. O procedimento deve identificar a possibilidade da prática de caixa dois nas campanhas. O resultado da análise deve ser divulgado até 11 de dezembro, oito dias antes da diplomação dos eleitos. Caso sejam encontradas irregularidades nas prestações de contas, elas serão levadas ao Ministério Público Estadual, que pode solicitar a impugnação do mandato.

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