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Entrevistas

Dilma nega que Lula adotará "saco de maldades"

Jornal noticiou que presidente poderia realizar um pacote de medidas impopulares para poupar a eleita nos primeiros anos de mandato. Dilma também falou em negociar reajuste do salário mínimo com centrais sindicais

A presidente eleita Dilma Rousseff previu nesta terça-feira (2) que podem ocorrer ajustes econômicos realizados pelo governo Lula até o final do ano para serem incluídos no Orçamento da União de 2011, mas excluiu um "saco de maldades".

"O que eu acho que pode ter é modificação agora, porque nós temos que votar o Orçamento. Sempre que você vota o Orçamento, tem que fazer ajustes, tanto porque tem discussão no Congresso, como porque tem a virada do ano", disse Dilma em entrevista ao SBT Brasil, sem dar detalhes. O Congresso vota a peça orçamentária até o final do ano.

Nesta terça, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anteciparia medidas impopulares para poupar Dilma no início de seu mandato.

"Eu não acredito que o presidente vai tomar medidas duras, o presidente vai fazer aquilo que ele tem de fazer. Não tem o menor sentido fazer um saco de maldades", afirmou Dilma.

Juros

Questionada sobre se pretende atingir uma taxa de juro real de 2 por cento, a presidente eleita disse que "este é o final". Para chegar lá ela propõe, como vem fazendo desde a campanha eleitoral, que a relação dívida líquida-PIB (Produto Interno Bruto) caia dos atuais 42 por cento para cerca de 38 por cento.

"Nessa situação, não há razão técnica para você não convergir a taxa de juro do Brasil com as taxas de juro internacionais. Por isso que se fala em dois por cento", resumiu.

A presidente eleita também prometeu reduzir impostos sobre investimentos e trabalhistas.

"O que eu pretendo em matéria tributária é uma redução dos tributos sobre investimento, que é fundamental para o país", disse Dilma. "Fazer uma avaliação sobre a questão da folha de salário... você pode ter uma diminuição que permita uma melhoria nas condições de produtividade da economia brasileira."

Salário mínimo

Numa entrevista anterior, ao Jornal da Band, Dilma disse que vai discutir com as centrais sindicais o reajuste do salário mínimo do ano que vem, que prevê inflação e PIB de dois anos antes.

"Nós vamos de maneira sistemática valorizar o salário mínimo", afirmou.

Dilma afirmou ainda que não recebeu reclamações de partidos sobre cargos. Nesta tarde, ela divulgou os nomes da equipe de transição de governo, em que incluiu o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), e os petistas que a acompanharam na campanha.

"A mim a briga ainda não chegou. Eu não tenho nenhuma prova ou nenhuma evidência de que há uma briga por cargos no meu governo", disse. "Acho justo que os partidos queiram estar representados", acrescentou, dizendo que a escolha vai recair em capacidade técnica e condições políticas.

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