A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) assegurou ontem que seu governo vai manter o regime de câmbio flutuante e descartou a possibilidade de adotar a política de câmbio fixo. Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, Dilma se comprometeu a manter os pilares da economia, destacou a importância de acumular reservas internacionais para evitar ataques especulativos e admitiu a existência de uma guerra cambial entre os países e moedas subvalorizadas de forma artificial.

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"Eu tenho compromisso forte com a questão dos pilares da estabilidade macroeconômica, como o câmbio flutuante. Nós temos hoje uma quantidade de reservas que permite que a gente se proteja, inclusive, em relação a qualquer tipo de guerra ou manipulação internacional", afirmou. "Não acredito que manipular câmbio resolva coisa alguma. Temos uma péssima experiência disso, pelas mãos do governo e do Banco Central. O câmbio fixo levou a Argentina e quase nos levou a uma situação de crise muito grande."

Dilma disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou ontem para parabenizá-la pela eleição e que manifestou preocupação com as taxas de desemprego registradas em seu país. "O presidente Obama me cumprimentou e externou preocupação com as taxas de desemprego nos Estados Unidos, bastante preocupado com a economia americana no que se refere à sua recuperação."

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Ministério

A presidente eleita disse que ainda não escolheu as pessoas que farão parte de seu governo, mas garantiu que os nomes unirão aspectos técnicos e políticos e que o anúncio será feito em blocos. "Vou me esmerar para ter um governo em que o critério de escolha dos ministros e dos cargos da alta administração sejam providos por esses dois critérios", afirmou. "Não tem ainda nome certo e eu pretendo ter um processo. Não digo que vou anunciar um bloco inteiro, todo o governo, mas pretendo não fazer anúncios fragmentados." A presidente eleita disse que sua primeira ação será reunir os governadores eleitos para discutir temas das áreas de saúde e segurança.

Ao falar sobre o processo de escolha de seu nome por Lula, Dilma disse que, no início, não acreditava ser pessoa certa para o cargo. "Eu nunca imaginei ser presidente da República. Sempre fui uma servidora pública", comentou. "Quando o presidente começou a dar sinais de que queria que eu fosse sua sucessora, a primeira reação que eu tive foi de achar que não era muito por ali. Aos poucos fui me convencendo."

Viagem

Dilma descansará nos próximos dias e a partir de sábado acompanhará o presidente Lula em uma viagem internacional. No sábado, Lula e Dilma viajam para Moçambique, na África. Em Maputo, capital do país, será inaugurada uma fábrica de medicamentos. Depois, ambos participam das reuniões do G20 (o grupo das 20 maiores economias do mundo) em Seul, na Coreia do Sul.

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