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Dez urnas eletrônicas, correspondentes às seções eleitorais, estão instaladas na Embaixada do Brasil na capital argentina, prontas para serem usadas pelos 3.877 eleitores que moram em Buenos Aires e que estão legalmente habilitados a votar na eleição presidencial de hoje (3).

O consulado brasileiro é o responsável direto por toda a estrutura da votação e divulgação dos resultados. No entanto, foi necessária a colaboração da embaixada, já que o consulado não dispõe de espaço físico suficiente para abrigar toda a estrutura necessária ao trabalho das 40 pessoas que atuarão como presidentes e mesários.

De aordo com a cônsul brasileira em Buenos Aires, embaixadora Gladys Facó, as urnas foram enviadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por mala diplomática, o que significa maior garantia de inviolabilidade. Caso alguma delas apresente problema técnico, a votação poderá ser feita em papel que, em seguida, será colocado na urna de lona, materiais também enviados pelo tribunal.

A votação começa às 8h e termina às 17h, obedecendo ao mesmo horário do Brasil. Segundo a embaixadora, nenhum eleitor deixará de votar. "Às 17h, as portas da embaixada serão fechadas. Os eleitores que ainda não votaram receberão uma senha para, em seguida, exercer o seu direito. Somente quando todos tiverem votado, determinarei que as urnas sejam acionadas para liberar o resultado, que será emitido em cinco tickets semelhantes aos usados em supermercados".

Um desses tickets será afixado em local visível da embaixada. Outro será colado em folha de papel e enviado a Brasília por fax. O terceiro será entregue a fiscais de partidos autorizados pelo TSE e os demais serão colocados em envelopes previamente autorizados pelo tribunal para também serem remetidos a Brasília.

Um adicional de segurança é o pen drive já conectado a cada uma das dez urnas, contendo o registro da votação. Os dados desse pen-drive serão gerados para um computador especial dotado de sistema de segurança específico e enviados eletronicamente ao TSE.

De acordo com a embaixadora, brasileiros em trânsito na Argentina - como os turistas, por exemplo - não poderão votar para presidente da República e nem apresentar justificativa. "A justificativa deve ser feita no Brasil, em até 60 dias após o retorno desses brasileiros ao país. Basta entrar na página do Tribunal Regional Eleitoral do DF - o responsável pelas votações no exterior - e localizar a folha específica para a justificativa. Os brasileiros que moram na Argentina e não votarem poderão usar essa mesma folha, imprimindo-a e entregando-a ao consulado, que se encarregará de enviá-la ao TRE-DF".

A embaixadora lembrou que muitos brasileiros não comparecem à jurisdição de Buenos Aires para votar porque moram em outros estados e têm dificuldades para viajar até a capital. Nesse caso, esses brasileiros precisam justificar a ausência da votação, sob pena de ficarem impossibilitados, por exemplo, de renovar ou obter novo passaporte.

Os 3.877 eleitores cadastrados no consulado, segundo a embaixadora, não representam a totalidade dos brasileiros residentes na Argentina. Ainda não existe levantamento com esses dados, mas há 10 anos calculava-se que o número poderia chegar a 30 mil brasileiros. Desses, cerca de 8 mil morariam em Buenos Aires.

A embaixadora disse que o Itamaraty e o consulado querem aproveitar a realização de um próximo censo na Argentina para incluir dados sobre os brasileiros. A iniciativa ainda será analisada em detalhes e não há prazo para ser realizada. Um dos problemas que dificulta a realização do censo específico para detectar o perfil da comunidade brasileira na Argentina é a mobilidade das pessoas, uma vez que nem todos os brasileiros permanecem efetivamente no país ou se registram no consulado.

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