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Convocado a prestar depoimento sobre o suposto esquema de tráfico de influência no governo, que provocou a demissão da ministra da Casa Civil Erenice Guerra, o ex-assessor do órgão Stevan Knezevics deixou a Superintendência da Polícia Federal nesta sexta-feira (1) sem prestar esclarecimentos aos agentes federais.

Orientado pelo advogado Emiliano Aguiar, Stevan utilizou o direito de permanecer calado diante do delegado que investiga o caso. Stevan deixou a superintendência da PF sorrindo e tentando proteger o rosto com o auxílio de um guarda-chuva. O advogado dele é o mesmo que defende outros dois envolvidos no caso, o também ex-assessor da Casa Civil Vinicius Castro e a mãe dele, Sônia. Ambos foram convocados para prestar depoimentos na última quarta-feira (29), mas também utilizaram o direito de não responder às perguntas da polícia.

Knezevic, Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice, e Vinicius teriam negociado supostos contratos de empresas privadas com órgãos públicos e empresas estatais, mediante pagamento de comissão.

Com Knezevic abaixado no banco de trás do carro, o advogado Emiliano Aguiar falou rapidamente com a imprensa ao deixar a PF. "É a mesma situação dos depoimentos anteriores. Ele permaneceu em silêncio e nós vamos aguardar o desenrolar do processo", afirmou.

Israel Guerra

Apesar de já ter tentado interrogar diferentes personagens do suposto esquema de tráfico de influência no Palácio do Planalto, a PF encontrou dificuldades para encontrar os dois principais envolvidos no caso, Israel Guerra e o irmão, Saulo. Eles devem comparecer perante ao delegado apenas na próxima terça-feira (5), dois dias após o primeiro turno das eleições.

Proprietário da Capital Consultoria e Assessoria, Saulo deve depor por volta de 9h. Já Israel se apresenta ao delegado por volta de 14h. Os irmãos Guerra estão no centro de denúncias de tráfico de influência ocorrido no período em que a mãe deles foi secretária-executiva e depois ministra-chefe da Casa Civil.

A empresa de Saulo, da qual Israel era representante, utilizaria o posto estratégico de Erenice no governo para facilitar a negociação de contratos públicos com empresas privadas. Desde que o caso foi revelado, a ex-ministra sempre negou participação em irregularidades.

Segundo a PF, desde o começo da semana o órgão tenta localizar os irmãos Guerra para prestar esclarecimentos. O delegado que comanda a investigação, Ruberval Vicalvi, afirmou que chegou a estudar a possibilidade de solicitar à Justiça a concessão de mandado de condução coercitiva, caso não conseguisse intimar os filhos de Erenice.

Na manhã de quarta, um dos advogados do escritório que defende Israel foi até a Superintendência da PF em Brasília e entregou um documento no qual afirmava que os irmãos Guerra estavam fora da capital, mas que a partir do dia 2 de outubro estariam disponíveis para prestar depoimento. Empresários que teriam iniciado negociações com a empresa dos irmãos Guerra já foram ouvidos pela PF.

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