Nilcéa Freire: a questão do aborto agora está com o Congresso| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

A ministra de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, rompeu o silêncio após a polêmica do aborto durante o segundo turno e disse ontem que "não há nada mais que o Executivo tenha que fazer" com relação à liberação da interrupção da gravidez.

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Nilcéa defendeu o discurso adotado pela então candidata Dilma Rousseff, de que não tomaria a iniciativa de propor a descriminalização. "Não há nenhum país que tenha feito mudanças na legislação em que tenha partido do Exe­­cutivo", afirmou.

Para Nilcéa, a bola agora está com o Congresso. Ela diz que o governo fez o que estava ao seu alcance, quando criou, em 2004, uma comissão tripartite para reavaliar a legislação. A medida resultou num relatório que propôs a liberação do aborto até a 12.ª semana de gestação e em casos de malformação fetal – texto rejeitado em 2008.

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Arcebispo do Rio

O arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, afirmou ontem que a Igreja Católica saiu fortalecida após as eleições presidenciais deste ano. Ele negou que a instituição tenha apoiado um ou outro candidato e disse que isso ocorreu apenas de forma individual ou em grupos específicos.

"A Igreja soube fazer declarações bastante equilibradas, soube orientar seu povo para escolher da melhor maneira possível, não se desgastou, tomando partido aqui ou acolá, e os grupos que se manifestaram foi por sua própria conta. Eu acho que a Igreja sai muito mais forte, muito mais presente, muito mais equilibrada e, ao mesmo tempo, com um povo que soube se manifestar por todos os lados."

O arcebispo considerou naturais as mensagens divulgadas pelo Papa Bento XVI e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), orientando os fiéis na reta final das eleições.

"Aquilo que o Papa colocou e que a Igreja Católica tem colocado é que a pessoa tenha consciência ao votar, que vote bem e que examine todos os projetos dos candidatos. Nossa missão, o trabalho de orientar, foi em plena sintonia com a CNBB, a arquidiocese e o Papa. Creio que as pessoas entendem muito bem e sabem escolher conforme sua convicção."

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Dom Orani disse discordar das críticas de que a Igreja não deveria se pronunciar em assuntos de política e defendeu o papel da instituição em períodos eleitorais.