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Marina Silva não revela sua posição, mas tende a adotar a neutralidade | Nacho Doce/Reuters
Marina Silva não revela sua posição, mas tende a adotar a neutralidade| Foto: Nacho Doce/Reuters

São Paulo - O Partido Verde deve decidir pela neutralidade no segundo turno das eleições. O jornal O Globo ouviu 78 pessoas que terão direito a voto na convenção que ocorre hoje de manhã em São Paulo, e 32% (25) disseram que o PV e a senadora Marina Silva não devem apoiar nem a candidata do PT, Dilma Rousseff, nem o candidato do PSDB, José Serra. Os que declararam voto no tucano são 14% (11) e na petista, 5% (4). O índice de indecisos, no entanto, é alto: 31% (24 pessoas). Outros 14% (11) não revelaram em quem votarão. E 4% (3) disseram que "vão seguir o voto de Marina". Foram ouvidas pessoas de 21 estados mais o DF. O Paraná terá quatro representantes: Francisco Caetano, Henor Pinto dos Reis, Paulo Salamuni e Rubens Hering, que preferiram não adiantar seus votos.

Entre os que defendem que o partido se mantenha independente, o principal argumento é que essa posição ajudaria a terceira colocada na eleição a manter o capital político acumulado com os 19,6 milhões de votos e evitaria um racha na legenda. "O PV precisa ficar neutro para se concretizar como terceira via. Fazer uma opção agora pela Dilma ou pelo Serra acabará descaracterizando as propostas que o PV apresentou. A política regional deve ficar livre", afirmou o deputado federal eleito pelo PV do Rio, Dr. Aluizio.

O caminho da neutralidade não é livre de polêmicas. Alguns delegados defendem que os diretórios estaduais possam declarar apoio a Dilma ou Serra. "Definimos que vamos apoiar Serra, apesar de acharmos que a Marina deve se manter independente. Há, aqui no Rio Grande do Sul, uma distância entre PV e PT", disse professor Marcos Monteiro, que concorreu ao Senado pelo PV gaúcho.

Segundo o coordenador regional Sul do PV, Maurício Brusadin, a possibilidade de dar ou não autonomia para os diretórios estaduais será debatida no encontro de hoje. Já foi acertado que, em caso de decisão majoritária pela neutralidade, serão permitidas manifestações individuais de filiados, desde que não usem símbolos da legenda.

Os indecisos, em geral, afirmam que querem avaliar se o PSDB e o PT mostraram garantias de que vão cumprir compromissos programáticos que o PV apresentou como "pré-requisito" para dar seu apoio. Nesse grupo estão as pessoas mais próximas de Marina, como o ex-coordenador da campanha presidencial, João Paulo Capobianco.

"Temos que ver qual é o grau de compromisso dos candidatos com o nosso programa e analisar isso na convenção", afirmou Capobianco. A própria senadora não revela sua posição, mas aliados dizem que ela tende a adotar a neutralidade.

O número de pessoas que participarão da reunião deste domingo é incerto. Dirigentes falam em 150. Terão direito a voto membros da Executiva Nacional, coordenadores, deputados federais eleitos, candidatos ao Senado e ao governo de estados. Também vão poder participar cerca de 80 conselheiros do PV. Além disso, foram incluídos na lista de votantes cinco representantes do Movimento Marina Silva (jovens que se mobilizaram pela internet), cinco colaboradores do programa de governo e cinco pessoas ligadas a igrejas.

O pastor de Marina, Sóstenes Apolos da Silva, é um dos não filiados com direito a voto. Ele defende que a senadora, seguidora da Assembleia de Deus, e o PV apoiem Serra "pela competência".

"O PSDB faz um trabalho mais sério", disse, destacando que tem preocupação com as posições do PT sobre política externa e liberdade de imprensa. Sóstenes ataca a posição de Dilma em relação ao aborto. "A Dilma era a favor. Está documentado. É até infantil essa nova posição porque ela pode mudar de novo depois." Entre os que defendem o voto na petista, está o candidato ao Senado pelo Pará, Anivaldo Julião de Lima, o Savanas.

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