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Serra discute com jornalista

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se irritou durante entrevista ao programa "Jogo do Poder", da CNT. Chamou o programa de "montado" e ameaçou abandonar o estúdio antes do fim da gravação, ontem, em São Paulo. Serra não gostou das perguntas feitas pelos jornalistas Márcia Peltier e Alon Feuerwerker.

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Brasília - A nota oficial em que a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, chamou o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de "candidato aético e já derrotado", provocou mal-estar no Palácio do Planalto. Nos bastidores, ministros disseram que o tom agressivo do texto desagradou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vai atiçar a oposição. Com isso, o governo espera o acirramento das denúncias contra Erenice e, dependendo do seu teor, avalia que ela pode ser afastada para não prejudicar a campanha de Dilma Rousseff (PT).

A divulgação da nota foi acertada durante reunião de Lula com vários ministros, na noite de terça-feira. Mas o documento, preparado na Casa Civil, com o timbre da Presidência, não passou pelo crivo da Secretaria de Comunicação do governo. Em reunião ontem, Lula disse que sua ministra "errou" no conteúdo e ao não consultar seus colegas. Até ontem, antes de a nota ser emitida, o presidente mantinha seu apoio a Erenice. Outro que apoiava Erenice era o ministro Franklin Martins, que foi pego de surpresa pela nota. O mal-estar levou Erenice a evitar uma cerimônia pública em que apareceria ao lado do presidente, que constava em sua agenda às 8h40, mas foi retirada.

Mesmo sem citar nominalmente Serra, o texto assinado por Erenice dirige ataques ao tucano e afirma que há uma "impressionante e indisfarçável campanha de difamação" contra ela e sua família.

Apesar da ofensiva deflagrada para blindar Dilma, a manutenção de Erenice no cargo não está garantida. No Planalto e no comitê da candidata, muitos esperam que a chefe da Casa Civil ponha o cargo à disposição, para evitar mais constrangimentos, se surgirem novas acusações, como já se espera no governo.

Desde que Israel Guerra, filho de Erenice, foi acusado pela revista Veja de intermediar negócios no governo, a ministra tem se dedicado a cuidar de sua defesa. Na terça-feira, recebeu o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

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