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A Polícia Federal (PF) intimou nesta quarta-feira (22) para prestar esclarecimentos três personagens centrais do esquema de tráfico de influência e corrupção na Casa Civil, que derrubou a ex-ministra Erenice Guerra e causou uma crise no governo às vésperas da eleição presidencial. Às 10h30 de amanhã será ouvido o empresário Fábio Baracat que, segundo denúncia da revista "Veja", acusou Israel Guerra, filho da ex-ministra, de cobrar "taxa de sucesso" e pagamentos mensais de R$ 25 mil, para ajudar a empresa de transporte aéreo MTA a ampliar seus negócios nos Correios.

Também amanhã, às 14h30, presta depoimento o ex-chefe de Operações dos Correios, Arthur Rodrigues Silva, suspeito de ser testa de ferro do argentino Alfonso Rey, que vive em Miami e seria controlador oculto da MTA, conforme reportagem publicada pelo jornal O Estado de Estado no último domingo. Na sexta-feira será a vez de Vinícius Castro, o primeiro a pedir demissão da equipe de Erenice, explicar a acusação de que era operador do esquema e teria recebido propina de R$ 200 mil como "cala boca" pela compra emergencial do remédio Tamiflu, usado na campanha contra a Gripe H1N1.

A PF tem as intimações prontas de Israel e Saulo Guerra, o outro filho de Erenice, em cujo nome foi registrada a Capital Assessoria, empresa de lobby usada na intermediação dos negócios de empresários com o governo. O objetivo era ouvi-los também na sexta-feira, junto com Vinícius, mas nenhum dos dois foi encontrado em casa, no escritórios ou nos endereços de parentes. Na casa de Israel, foi informado que ele estava em Goiânia, tratando de assuntos pessoais. A residência de Saulo está fechada há dias.

Caso não sejam localizados nas novas tentativas, a PF poderá usar o recurso da condução coercitiva (à força), mas antes será tentado acordo com seus advogados. O depoimento de Israel é considerado essencial para esclarecimento do caso. Segundo informantes citados pela revista, ele agia usando o nome da mãe para conseguir altas comissões em negócios de empresários com órgãos públicos.

Ele teria até ajudado a MTA a renovar sua licença de voo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com seu auxílio, a empresa teria obtido nos Correios contratos no montante de R$ 59 8 milhões. Um deles, de R$ 19,6 milhões, sem licitação. A PF solicitou cópias dos contratos e aditivos firmados pela estatal com as empresas MTA e Via Net, outra suspeita de ter sido beneficiada pelo lobby. A PF requereu também da Anac cópia dos processos de concessão de licenças de voo da MTA e, na Junta Comercial de Brasília, pediu a cópia do contrato social da Capital Assessoria.

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