O PSOL do Distrito Federal protocolou nesta terça-feira (28), no Supremo Tribunal Federal (STF), pedido para que seja retomado o julgamento da Lei da Ficha Limpa e do recurso sobre o registro de Joaquim Roriz (PSC), mesmo depois de ele ter renunciado à candidatura e desistido do processo no STF. Na disputa ao governo do Distrito Federal, Roriz teve o registro barrado pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa e recorreu ao STF.

CARREGANDO :)

Ele foi impugnado porque renunciou ao mandato de senador, em 2007, para escapar de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Na última sexta-feira (24), Roriz desistiu da candidatura e a coligação indicou a mulher dele, Weslian Roriz, para concorrer ao governo do DF.

Após dois dias de sessão, na última semana, o julgamento sobre o recurso de Roriz foi interrompido quando havia empate de 5 votos a 5. Antes do impasse, os ministros do STF já haviam aprovado a chamada repercussão geral, determinando que a decisão sobre o caso Roriz servirá de precedente para processos semelhantes em instâncias inferiores. A expectativa é que o plenário do Supremo decida na sessão desta quarta-feira (29) se continua ou não a julgar a ficha limpa a partir do recurso de Roriz.

Publicidade

O PSOL defende que o julgamento seja retomado e que, diante do empate, os ministros optem por manter a decisão do TSE, mantendo a aplicação da Lei da Ficha Limpa para este ano. Além disso, a legenda pede que a decisão sirva de precedente para os demais casos.

Segundo o PSOL, o fato de o processo tratar de "questões relevantes política, social e jurídica" ultrapassa o interesse do candidato.

"O deslinde do recurso contribuíra, portanto, para a sistematização do direito constitucional, deverá gerar precedente, assim norteando a interpretação e aplicação em casos futuros", afirmou o advogado da legenda, André Brandão Maimoni.

A ficha limpa prevê a inelegibilidade de candidatos que renunciaram a mandato para evitar processo de cassação ou que tiveram condenação por órgão colegiado. Com base na norma, Roriz estaria inelegível durante o restante do mandato e nos oito anos seguintes. Dessa forma, o ex-governador não poderia se candidatar até 2023, quando terá 86 anos.

Veja também
  • Ala do STF cobra definição imediata sobre Ficha Limpa
  • Ministros do STF querem sair do impasse, diz relator sobre ficha limpa
  • Procurador-geral critica renúncia de Joaquim Roriz
Publicidade