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Em 2006, Lula chegou à reta final da campanha com certa gordura para garantir uma vitória no primeiro turno sobre Geraldo Alckmin (PSDB). Mas aí vieram o escândalo dos aloprados e a infeliz decisão de não participar do último debate na TV Globo.

Em 2010, Dilma Rousseff (PT) também chegou bem à última quinzena da disputa presidencial e balançou com o caso Erenice Guerra. Desta vez, no entanto, governo e PT não repetiram os erros do passado.

Erenice logo foi afastada da Casa Civil e Dilma compareceu a todos os principais debates (Bandeirantes, RedeTV!, UOL/Folha, Record e, ontem, na Globo). Mesmo não sendo um gênio da oratória, Dilma foi bem treinada e não cometeu qualquer deslize grave em todos eles.

Em resumo, a petista seguiu perfeitamente a cartilha dos marqueteiros de entrar em campo para não perder. E não perdeu.

Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB) enxergavam o encontro de ontem como uma possível boia de salvação em busca de um improvável segundo turno. Até tentaram jogar na ofensiva, mas tiveram dificuldade de furar a retranca da petista.

Dilma enfrentou uma esperada agressividade de todos os rivais, inclusive Plínio de Arruda Sampaio (PSol). Quem mais acuou a candidata, no entanto, foi a plateia.

Ao falar sobre caixa 2 de campanha (tema que envolve o mensalão de 2005), garantiu que todas as doações oficiais feitas à sua coligação são legais e declaradas. Ironicamente, parte dos presentes riu.

Foi o único momento em que Dilma largou o script preparado pelos assessores e rebateu a plateia. Prontamente, foi aplaudida pela parte da claque pró-PT e voltou ao eixo.

Engessado por opção dos próprios candidatos, o ponto baixo do debate foi a falta de confronto direto entre a petista e Serra, que inexplicavelmente se evitaram. Sem isso, o tucano preferiu confrontar Marina.

Disse que a ex-ministra do Meio Ambiente e Dilma tinham "muito em comum", inclusive o fato de terem continuado no governo Lula após o escândalo do mensalão. Foi a única vez que falou grosso e tentou impor algum diferencial.

Enquanto os dois se esfalfavam entre si, Dilma acompanhava de camarote. Era como ver adversários que precisam de mais gols brigando entre si e esquecendo de jogar em equipe.

Ao final, ficou o clima de que faltou algo mais ao debate. Aos que esperavam um embate emocionante, um marco para uma possível reviravolta eleitoral, sobrou decepção.

Já os que queriam tudo do jeito que está, sem percalços de última hora ou uma disputa com mais profundidade, esses sim saíram vitoriosos.

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