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Os governos de Fernando Collor, Itamar Franco e, principalmente, o de Fernando Henrique Cardoso enfrentaram fúria popular por diversas vezes por decidirem privatizar empresas públicas. Especialmente em alguns casos (CSN, Vale do Rio Doce, empresas do setor elétrico e de telefonia) houve críticas pesadas ao processo. Hoje, eleitoralmente parece continuar difícil defender as vendas. Mas no meio acadêmico ficou mais comum encontrar gente que veja um legado positivo deixado pelas privatizações.

"Fernando Collor de Mello iniciou o processo de enxugamento do papel do Estado na economia. O Estado realmente fazia coisas demais. Interferia diretamente na produção e as companhias que detinha invariavelmente não tinham o mesmo nível de eficiência de outras empresas do setor", afirma o professor José Guilherme Vieira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Para ele, um dos medos centrais no momento das privatizações era o de haver perda de empregos no setor. Mas isso não se verificou. "Se a gente for ver quantos funcionários tinha a Vale, por exemplo, quando ia ser privatizada, e comparar com agora, o que temos? Teve um processo de crescimento gigantesco", diz. Além disso, as empresas hoje pagam, em alguns casos, mais impostos do que davam de lucro ao governo, lembra.

Eficiência

Para o professor José Marcio Camargo, da PUC-Rio, as privatizações foram um bem para o país. "Se alguma coisa deu certo nesse país, foram as privatizações", defende. Segundo ele, por definição uma empresa privada, pelo interesse do lucro, acaba sendo mais eficiente do que uma estatal. Além disso, na estatal é preciso ter cuidado redobrado com corrupção e outros processos derivados do fato de que os diretores nem sempre estarem interessados diretamente no desempenho da economia.

Já Giuliano Contento de Oliveira, da Unicamp, é mais crítico. Não exatamente às vendas em si, mas ao modo como elas ocorreram. "Muitas vezes, o que se privilegiou foi o caixa. Conseguir dinheiro para fazer frente a uma dívida pública crescente. Quando o certo seria privilegiar o serviço prestado pela empresa", diz.

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