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O presidente estadual do PT em Pernambuco, deputado federal Pedro Eugênio, afirmou nesta terça-feira (9), em carta aberta, considerar "inaceitável" o alto grau de conflito interno existente no partido no estado, que, reconhece, levou à derrota do senador Humberto Costa (PT-PE) no primeiro turno das eleições no Recife. Costa ficou em terceiro lugar, com 17% dos votos válidos, depois de ter iniciado a campanha na dianteira, detendo 40% das intenções, de acordo com as pesquisas.

Em meio a um partido "rachado", Eugênio defende, "custe o que custar", um processo "vigoroso" de debate interno, visando construir "um novo patamar de relacionamento entre as forças petistas". Segundo ele, a discussão entre as correntes internas divergentes é a forma de se estabelecer uma solução "duradoura" e "estratégica".

Não será tarefa fácil. Na carta, ele aponta "a fratura" existente na legenda há quase quatro anos como uma das causas do isolamento da sigla e o consequente fraco desempenho nas urnas. A agremiação esteve no comando da prefeitura da capital pernambucana nos últimos 12 anos, tendo como aliado o PSB do governador Eduardo Campos. De 2000 a 2008, a capital foi governada pelo então prefeito João Paulo, que escolheu - sem admitir alternativas - o assessor João da Costa para sucedê-lo. Logo depois de assumir a prefeitura, João da Costa e João Paulo romperam.

Com fraca avaliação da gestão, João da Costa quis disputar a reeleição. Ganhou prévias, anuladas pela direção nacional, que interveio e indicou Humberto Costa. Dono de grande popularidade, João Paulo compôs a chapa como candidato a vice-prefeito. Não funcionou. Durante a campanha, os petistas não defenderam a administração de João da Costa, cujo grupo não fez campanha para Humberto Costa.

Sem citar o nome de Campos, que decidiu lançar e elegeu no primeiro turno o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado Geraldo Júlio, com o apoio de 13 dos 16 partidos que compunham a coligação da Frente Popular, Eugênio não isentou o aliado pelo fraco desempenho do petista. Conforme o presidente estadual do PT em Pernambuco, houve "a frustração da expectativa criada por afirmações enfáticas de aliados, de que, uma vez escolhido nosso candidato, contaríamos com o apoio dos mais importantes partidos da Frente". O PT tinha oito prefeitos no Estado. Elegeu 13, mas a derrota no Recife tornou "o saldo negativo", reconheceu.

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