Família agora terá influência na Assembléia Legislativa, na Câmara Federal e no Palácio Iguaçu| Foto: Walter Fernandes/ Gazeta do Povo

Filhos, netos e sobrinhos na Assembleia e na Câmara

Amanda Audi

Um a cada cinco deputados eleitos para a Assembleia Le­­gislativa tem parentesco com nomes tradicionais da política paranaense. Entre os 12 "herdeiros" que conseguiram uma cadeira no Legislativo, seis iniciarão o primeiro mandato. Na Câmara Federal, dois dos 30 eleitos têm relação com famílias de políticos do estado. "É um número alto, o que confirma a tese de que a política é cada vez mais um negócio de família", afirma o cientista político Ricardo Oliveira, autor de livros que analisam a teia de poder de famílias paranaenses.

Derrotado para o governo, Roberto Requião (PMDB) conseguiu emplacar o filho, Maurício Requião, na As­­sembleia, e o sobrinho, João Arruda, para a Câmara. Três descendentes de conselheiros do Tribunal de Contas foram eleitos. Tiago Amaral, filho de Durval Amaral, foi o mais votado de sua coligação, com 86 mil votos. Artagão Junior, filho do presidente do TC Artagão Mattos de Leão, foi reeleito pela quarta vez. Evandro Junior, neto de Hermas Brandão, exercerá o segundo mandato.

Os outros herdeiros eleitos: Pedro Lupion (filho de Abe­­lardo Lupion), Bernardo Ribas Carli (filho de Fernando Ribas Carli e irmão de Carli Filho), Anibelli Neto (filho de Antônio Anibelli), Maria Victoria (filha de Ricardo Bar­­ros e Cida Borgheti), Ale­­xandre Curi (neto de Aníbal Khury), Paulo Litro (filho de Rose Litro e Luiz Fernandes Litro), Felipe Francischini (filho de Fernando Francischini), Alexandre Guimarães (filho de Affonso Guimarães).

Na contramão, Reinhold Stephanes e Stephanes Jr., pai e filho, perderam juntos. Luiz Carlos Hauly e Antonio Belinati, filhos de Luiz Renato Hauly e Antonio Carlos Be­­linati, não conseguiram se eleger – por outro lado, o sobrinho Marcelo Belinati entrou na Câmara.

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A tradição paranaense de eleger sucessores na política escreveu mais um capítulo nessas eleições. Pelo menos no que diz respeito à família de Ricardo Barros (PP) e Cida Borghetti (Pros). Além de terem sido eleitos como deputado federal e vice-governadora do Paraná, respectivamente, o casal de Maringá também elegeu deputada estadual a filha Maria Victoria (PP), de 22 anos. Em resumo, a partir do ano que vem a família estará presente na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal e no Palácio Iguaçu.

INFOGRÁFICO: Confira a relação de deputados estaduais eleitos no Paraná

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"A família Borghetti Barros se tornou a segunda família mais poderosa do Paraná e vai governar o estado em todas as esferas ao lado de Richa. Eles ampliarão seus tentáculos de atuação no estado", diz o cientista político Ricardo Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Ricardo Barros, prefeito de Maringá e deputado federal de 1994 a 2010, recebeu 114.396 votos nessas eleições. Considerado um bom articulador, foi líder na Câmara dos Deputados durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva.

Cida, por sua vez, vinha do primeiro mandato na Câmara Federal ao ser escolhida para compor a chapa de Beto Richa. Para o governador, era a chance de trazer o "elemento feminino" para a disputa, além de potencializar votos na região de Maringá, base da família Borghetti Barros. "Foi muito importante para o Beto ter Cida ao seu lado. Foi ela a responsável pela boa votação do tucano no Norte. Além de ter trazido o voto das mulheres", afirma Oliveira.

Para ser escolhida como vice na chapa do tucano, Cida teve de contar com o apoio do cunhado Silvio Barros, que desistiu de sair candidato ao governo do estado pelo PHS para apoiar Richa. A dúvida agora é se Silvio será nomeado secretário no próximo mandato de Richa.

"Quero ser a grande parceira do Beto e atuar em todas as áreas para a qual for convocada", disse. Cida não confirmou se pretende assumir alguma secretaria ou se permanecerá como vice-governadora a partir do ano que vem.

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Grupo fortalecido

Ricardo Barros comemorou a vitória da família nas três candidaturas. "Estamos muito felizes. Este é o resultado de uma articulação política bem feita. Todo nosso grupo cresceu muito. Esperamos ter uma boa parceria com o governador Beto Richa para trazer para todo o Paraná o que já fizemos em Maringá", disse.