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CPI da Petrobras: acordão para blindar as empreiteiras teria por objetivo evitar que elas parassem de fazer doações | Valter Campanato/Ag. Brasil
CPI da Petrobras: acordão para blindar as empreiteiras teria por objetivo evitar que elas parassem de fazer doações| Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil

As empresas citadas ou envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), doaram R$ 24,3 milhões a candidatos e partidos políticos. As informação foi publicada na edição de ontem do jornal O Estado de S.Paulo.

A primeira prestação de contas, divulgada na semana passada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mos­­tra que quatro empresas que já tiveram ou mantêm contratos com a Petrobras fizeram contribuições no primeiro mês de campanha. Nenhuma doou para as campanhas dos deputados e senadores titulares da CPI Mista da Petrobras que disputam cargos eletivos.

No fim de maio, o jornal havia revelado a existência de um acordo entre integrantes da base aliada e da oposição para blindar os fornecedores da Petrobras de serem alvo de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico. A suspeita é de que algumas empresas, incluindo as maiores empreiteiras do país, teriam abastecido ilegalmente um esquema de desvio de recursos da Petrobras montado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, presos pela operação da PF.

O acordão da CPI mista foi materializado em 16 de julho, quando nenhuma delas teve seus sigilos que­­brados em sessão de votação de requerimentos. O receio dos parlamentares era o de que, se as investigações da comissão contra as empresas fossem aprofundadas, elas se recusariam a tornar-se doadoras de campanhas.

Segundo o levantamento no site do TSE, o maior contribuinte individual foi a OAS Construtora, com R$ 12,1 milhões. A UTC En­­ge­nharia deu R$ 10,1 milhões para campanhas e a Engevix, R$ 50 mil. A Toyo Setal Em­preendimentos fez uma única doação, de R$ 2 milhões. Já Andrade Gutierrez não fez doações diretas a candidatos, mas repassou R$ 9 milhões para direções partidárias, que costumam distribuir a verba entre concorrentes que são filiados à sigla.

Em nota, a assessoria de imprensa da Andrade Gu­tierrez informou que todas as suas doações de campanha são feitas de acordo com a legislação e que a empresa não é investigada pela Lava Jato. "Nossos critérios para as doações são baseados em representatividade política." A OAS disse que "todas as doações eleitorais realizadas pela empresa são feitas nas formas previstas em lei". A UTC informou que não se pronunciará. E a Engevix afirmou que "todas as suas doações a partidos políticos são públicas e nos termos da legislação".O jornal O Estado de S. Paulo informou que não conseguiu contactar ninguém da Toyo Setal.

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