As comemorações da vitória devem dar lugar ao enfrentamento dos temas da campanha| Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters
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O PT, partido da presidente reeleita Dilma Rousseff, terminou o domingo como vencedor da eleição presidencial mais disputada do país desde a redemocratização. A comemoração será intensa, mas termina nesta segunda-feira. Para analistas, a vitória apertada diante de Aécio Neves (51,64% contra 48,36% nos votos válidos), além do encolhimento da legenda na Câmara – o partido perdeu 18 deputados – já obrigam o PT a refletir sobre o futuro, a curto e longo prazo. O primeiro desafio diz respeito ao Congresso eleito para a próxima legislatura.

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"O PT vai enfrentar um Congresso mais conservador e mais hostil. O PT perdeu parte da bancada e o PMDB, principal partido da base de sustentação, também. Além disso, a Câmara está pulverizada em vários partidos, o que torna mais difícil manter uma base fiel", diz o cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Pedro Fassoni.

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No governo, o PT também vai precisar atentar para temas que pautaram o debate eleitoral. Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador do Observatório das Elites Sociais e Políticas do Brasil, Adriano Codato, uma das questões a serem enfrentadas é a da corrupção. "Tem que fazer a discussão sobre a reforma política. A relação entre grandes financiadoras de campanha e a sua retribuição com obras e projetos pelo governo é o grande disseminador de corrupção no país", diz Codato. Para ele, porém, a reforma defendida pelo PT não é a ideal. "Não acredito no financiamento público. Acho que não resolveria o problema. Particularmente defendo o financiamento 100% privado, de pessoas físicas, com limite baixo."

2018

O partido também fará uma análise de ganhos e perdas de caráter prático. O PT mira as eleições municipais de 2016, mas está de olho, principalmente, na disputa presidencial de 2018. "Esse processo é natural na política. Ganhou-se uma eleição e já se começa a pensar na outra", diz Codato.

Para isso, líderes desgastados saem de cena, enquanto novos protagonistas ganham força. Poucos dias antes das eleições, o secretário-chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho, já afirmava que o PT precisava passar por um processo de "reorganização" para "reverter um esgotamento". A remodelagem petista deve afastar do centro do poder personagens desgastados com as denúncias de corrupção na Petrobras e políticos derrotados nas urnas. Por outro lado, novos líderes, como o governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o governador da Bahia, Jaques Wagner, e, principalmente, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ganham força . "Haddad parece ser a liderança petista que mais desponta no momento. Até pelo apoio que tem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", diz Codato.