Dilma durante o discurso da vitória: presidente adotou o tom da mudança, e disse que a principal delas é a reforma política. Para a petista, isso tem de ser feito pelo Congresso e por meio de plebiscito| Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters
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Reeleita com 51,64% dos votos válidos, na disputa presidencial mais acirrada desde a redemocratização, a presidente Dilma Rousseff (PT) usou o discurso da vitória pa­­ra pedir a "união de todos os brasileiros". Ela ainda defendeu a reforma política e prometeu aprimorar os mecanismos de combate à corrupção. Acompanhada de políticos aliados, ministros, presidentes de partidos e do ex-presidente Lula, Dilma falou a militantes que se aglomeravam num hotel de Brasília – o local da comemoração.

INFOGRÁFICO: Dilma se elegeu com 51, 64% dos votos

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A presidente reeleita começou o discurso da vitória agradecendo nominalmente os presidentes de todos os partidos de sua coligação. Quando citou Lula, a plateia respondeu com gritos de "Lula eu te amo". A ovação ao ex-presidente se repetiu quando Dilma agradeceu ao "militante número um das causas do povo e do Brasil". Seguiram-se novos aplausos e gritos de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula".

Pedindo para os militantes fazerem silêncio, "porque minha voz se foi", Dilma disse que, como vencedora, tinha inicialmente que agradecer os partidos e os militantes, "decisivos" para a vitória numa "disputa eleitoral que mobilizou intensamente todas as forças da nação". Fazendo referência ao acirramento dos ânimos, especialmente nos últimos dias de campanha entre os apoiadores do PT e os de Aécio Neves (PSDB), Dilma pregou a reconciliação dos brasileiros: "Do fundo do meu coração, não acredito que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Entendo, sim, que elas mobilizaram ideias e emoções às vezes contraditó­­rias, mas movidas por um sentimento comum, a busca de um futuro melhor para o país".

Em alguns momentos, porém, os militantes presentes à comemoração interromperam o discurso para gritar palavras de ordem contra veículos de comunicação tidos como adversários do PT. Mas Dilma, por várias vezes, reforçou o apelo por diálogo: "Minhas primeiras palavras são, portanto, de chamamento à paz e à união", reafirmou. Para legitimar a vitória apertada, a presidente afirmou ainda que, muitas vezes, resultados como esse produzem um governo "mais forte", que obtém resultados mais rápidos dos que os que vencem com folga. "Em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança de que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção de pontes", disse.

Reformas

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Adotando de certa forma o discurso do adversário Aécio de que o momento é de mudanças, Dilma afirmou que essa foi a palavra mais falada durante a campanha. E, por isso, foi "reconduzida à Presidência para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige".

Para a presidente, a mais importante das mudanças é a reforma política. Retomando a proposta feita durante os protestos de junho de 2013, Dilma defendeu um plebiscito para discutir o tema, sem deixar de citar o Poder Legislativo: "Meu compromisso é deflagrar essa reforma, que é responsabilidade constitucional do Congresso Nacional, e que deve mobilizar a sociedade num plebiscito, por meio de uma consulta popular". A presidente, que foi muito criticada pela oposição no ano passado ao propor reformas por meio plebiscito, disse ter convicção de que "haverá interesse do Congresso, dos setores da sociedade, de todas as forças ativas para abrir discussão e encaminhar medidas concretas".

Dilma também prometeu fortalecer "as instituições de controle" e propor "mudanças na legislação atual para acabar com a impunidade, que é a protetora da corrupção".

Economia

Para o segundo mandato, Dilma se comprometeu a apoiar a economia, especialmente a indústria. Disse que vai promover ações localizadas na economia para "retomarmos nosso ritmo de crescimento, garantindo níveis altos de emprego e assegurando a valorização dos salários". A presidente também prometeu combater "com rigor a inflação" e avançar "no terreno da responsabilidade fiscal".

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Várias vezes interrompida por aplausos e gritos de guerra da militância, Dilma encerrou o discurso dizendo saber da responsabilidade que pesa sobre seus ombros, mas que vai continuar trabalhando por um país mais produtivo, solidário e voltado para a educação, cultura, ciência e inovação. "Vamos dar as mãos e avançar nessa caminhada que vai nos ajudar a construir o presente e o futuro."