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Cartão amarelo e mudança de tática causam outros seis desfalques

Além de Dr. Rosinha (PT) e Abelardo Lupion (DEM), outros seis deputados federais que estão em exercício pelo Paraná não vão disputar a reeleição. No time feminino, Rosane Ferreira (PV) e Cida Borghetti (Pros) são candidatas a vice-governadoras, respectivamente, nas chapas de Roberto Requião (PMDB) e Beto Richa (PSDB). Também no time de Richa, como coordenador-geral de campanha, está Eduardo Sciarra (PSD). Pré-candidato ao Senado na chapa de Joel Malucelli (PSD), que não se concretizou, o deputado desistiu da Câmara Federal onde esteve por três mandatos consecutivos.

Odílio Balbinotti (PMDB) diz que abandona o jogo a pedido da família. Já Ratinho Jr. (PSC) foi convocado para o campeonato regional e disputa uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná. Puxador de votos, é tido como goleador capaz de fazer o trabalho de jogadores menos preparados para a disputa e eleger uma grande bancada. André Vargas (sem partido), por sua vez, foi citado como um dos envolvidos na Operação Lava Jato da Polícia Federal, que apura lavagem de dinheiro, entre outros crimes, e levou cartão amarelo. Pressionado, desfiliou-se do PT e, sem partido, não pôde se candidatar. Ainda aguarda julgamento na Câmara. Pode levar cartão vermelho.

Contemporâneos no time da política paranaense, dois veteranos decidiram pendurar as chuteiras neste ano e desistiram de disputar a reeleição para a Câmara Federal. Quase sempre convocados para a seleção dos cem parlamentares mais influentes do Congresso Nacional, os deputados federais Dr. Rosinha (PT) e Abelardo Lupion (DEM) têm motivos parecidos para abandonar a disputa: descontentamento com as regras do jogo.

Titular da ponta esquerda desde 1999, o representante dos movimentos sociais Dr. Rosinha anunciou a aposentadoria da Câmara há um ano, descontente com o atual modelo de financiamento das campanhas para os cargos proporcionais. "Não dá para pedir voto e pedir dinheiro ao mesmo tempo", diz. Defensor do financiamento público, o petista reclama da demora no andamento da reforma política. "A maioria dos deputados e senadores não quer", afirma. "Foram eleitos nesse modelo e rejeitam outro porque acham que podem ficar de fora."

Da primeira partida em 1992, quando deixou o banco de reserva – ou a suplência –, até a confirmação como titular em 1994, o agropecuarista Abelardo Lupion está no sexto mandato. Entre os motivos para não disputar a reeleição também está o descontentamento com o atual modelo. Para o deputado, o Legislativo vem perdendo representatividade ao se submeter à vontade do Executivo. "[A situação] não tem compromisso com nada, tudo o que vem do Executivo é ordem", diz. Na oposição desde que o PT assumiu o governo com Lula, em 2003, Lupion diz que é "frustrante" ser deputado nessa situação. Um dos poucos parlamentares assumidamente de direita, o paranaense não foge de bola dividida. É um dos poucos a manter posição, mesmo em discussões polêmicas, como no caso da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que limitava os poderes do Ministério Público (MP). Lupion foi o único paranaense e um dos nove deputados federais de todo o país a votar a favor da emenda que, segundo ele, apenas regulamentava o artigo 144 da Constituição.

Mesmo fora de campo, nenhum dos dois pretende, porém, abandonar de vez a política. Dr. Rosinha disputou a indicação de candidato ao Senado na coligação que apoia Gleisi Hoffmann (PT) para o governo do estado. Para ele, na disputa majoritária o partido divide com o candidato a responsabilidade pelo financiamento da campanha. "Mesmo com o financiamento privado, é o partido quem corre atrás". A coligação, porém, escolheu Ricardo Gomyde (PCdoB) para a vaga. Restou certa mágoa, que o deputado diz que tornará pública "no momento certo". Perguntado se aceitaria um cargo em uma futura administração Gleisi ou Dilma Rousseff, diz que "sim, dependendo do cargo". O desejo mesmo é jogar no time do Parlamento do Mercosul. A legislação do Parlasul, no entanto, ainda aguarda votação no Congresso.

Já Lupion foi convidado para coordenar a campanha do tucano Aécio Neves à Presidência nos estados do Sul e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, Pará e Amapá. "É um desafio que me fascina, poder mudar a história [do país]", comenta. Também pretende cuidar da carreira do filho, o deputado estadual Pedro Lupion (DEM).

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