Greca seguiu a campanha nesta terça-feira (27), e não foi pessoalmente à sindicância da prefeitura de Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O advogado Walter Agra representou o candidato a prefeito Rafael Greca (PMN) na sindicância sobre o desaparecimento de obras do acervo da Casa Klemtz. O ex-prefeito não compareceu ao procedimento, marcado para a tarde desta terça-feira (27), na sede da Procuradoria do Município. Agra, que também é assessor jurídico da campanha, afirmou que o ex-prefeito não abrirá a chácara, onde as obras estariam, durante o período eleitoral. Depois de terminada a corrida pela prefeitura de Curitiba, no entanto, ele garantiu que Greca abrirá as portas de sua propriedade para quem quiser checar o interior.

CARREGANDO :)

“Estamos abertos a todos os esclarecimentos possíveis, desde que após o período eleitoral. Vamos prestar todos os esclarecimentos”, ressaltou. O advogado disse que todo o caso já tem sido usado de maneira eleitoreira pela campanha de seus oponentes, que cobram que o local seja inspecionado pelas obras sumidas.

Causa da briga entre Fruet e Greca, Casa Klemtz é a história do bairro Fazendinha

Leia a matéria completa
Publicidade
Veja também
  • Celso Nascimento: Greca - de estilingue à vidraça
  • Justiça manda campanha de Fruet recolher material sobre sumiço de obras
  • Polêmica eleitoral: guardas municipais podem investigar ou portar arma fora de Curitiba?

Na semana passada, uma das peritas responsáveis pela restauração da Casa Klemtz em 2007, Tatiana Zanelatto Domingues, concedeu entrevista coletiva à imprensa e afirmou que há indícios e evidências “notórios” de que os bens desaparecidos da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) são os mesmos localizados na chácara do candidato e ex-prefeito, em Piraquara. Segundo a FCC, três itens (uma cristaleira e dois lavatórios) de 29 bens, incluindo livros e móveis, estariam com Greca. O ex-prefeito nega.

“Criaram um fato novo. Abrir sindicância dez dias antes da eleição? É o novo caso Ferreirinha”, disse o advogado, se referindo ao notório episódio da política paranaense quando, em 1990, um falso pistoleiro apareceu no horário eleitoral gratuito, dizendo que matava a mando de um dos candidatos.

Agra considerou “estapafúrdia” a sindicância. Ele afirmou que as três peças mencionadas pela prefeitura são fabricadas em série e estão, inclusive, à venda na internet. A prefeitura informou que a sindicância seguirá e ainda ouvirá funcionários da Casa Klemtz e do município, além de aguardar resultado de mais perícias.

Procurada, a campanha de Gustavo Fruet disse que “reitera o pedido feito pelo prefeito diretamente ao candidato Rafael Greca, no debate da RIC TV, para que ele abra a chácara para uma perícia”. Segundo o candidato à reeleição, “dessa forma, o assunto poderá ser esclarecido”.

Publicidade

Caso esquenta a campanha

O caso das obras sumidas da Casal Klemtz esquentou a campanha em Curitiba. Alguns dias após a denúncia vir à tona, em reportagem da Folha de S.Paulo, dois guardas municipais da capital foram detidos pela Polícia Civil sob a alegação de que monitoravam a chácara de Greca em Piraquara. A campanha de Gustavo Fruet (PDT) à reeleição admitiu que ambos faziam parte da coligação, mas que foram ao local sem conhecimento da coordenação. O advogado dos dois guardas negou que ambos estivessem no local a trabalho e que estavam monitorando o imóvel do ex-prefeito. Segundo o defensor, ambos foram usados eleitoralmente.