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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Em lados opostos no campo ideológico, Partido Novo e PSol buscam representar os extremos da polarização política. Enquanto o primeiro ponto do programa do PSol é “superar a ordem capitalista” por meio do socialismo com democracia; a definição ideológica do Novo publicada em seu site afirma que a legenda acredita em um Estado “que preserve as liberdades individuais e incentive o empreendedorismo”.

Resultado estadual

PSol e Partido Novo também não elegeram vereadores em nenhum outro município do estado. O Novo nem chegou a lançar candidatos. Segundo o presidente do partido no Paraná, Ubiratan Guimarães, a sigla optou por priorizar cidades onde o partido tinha melhores condições. Com isso, o partido disputou apenas em cinco capitais. Com exceção de Curitiba, o Novo conseguiu eleger vereadores nas outras quatro cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Já o PSol lançou 119 candidatos a vereador em todo o Paraná. Segundo Bernardo Pilotto, presidente do diretório estadual do partido, a legenda ainda não se reuniu para avaliar os resultados no interior do estado.

Bem delineadas as diferenças ideológicas, há em comum entre os dois partidos o fato de não terem conseguido eleger vereadores na capital paranaense. A chapa de vereadores do PSol obteve 21.356 votos e a do Partido Novo, 18.144. Para alcançar uma cadeira na Câmara Municipal, os partidos precisariam ter conseguido 23.180 votos.

Outra congruência entre os partidos é que, apesar de não terem representantes eleitos em Curitiba, as duas siglas avaliam positivamente a participação no processo eleitoral.

Em Curitiba, de fato, o PSol cresceu eleitoralmente na disputa de vereadores. Em 2012, o partido atingiu 42% do quociente eleitoral e em 2016 chegou a 93%.

“A campanha de vereador é muito refratária a partidos ideológicos, porque para vereador as pessoas votam pelo bairro, pelo parente, pelo amigo. Além disso, dentro de um contexto com uma maré conservadora grande, consideramos o crescimento muito positivo”, afirma Bernardo Pilotto, presidente do diretório estadual do PSol.

A avaliação de Ubiratan Vieira Guimarães, presidente do Partido Novo no Paraná, vai no mesmo sentido. “Na nossa percepção, atingir 18 mil votos em um partido sem fundo partidário, que sobrevive de dinheiro de seus filiados é um resultado positivo”, afirmou. Para ele, o resultado qualifica o partido para sair mais preparado e com uma base de votos maior nas próximas eleições.

Reforma eleitoral prejudicou os novos

Outro fator que colaborou para que esses partidos não tenham conseguido eleger representantes para a Câmara de Vereadores foi a diminuição do tempo de campanha. Segundo o cientista político Luiz Domingos Costa, essa mudança na regra eleitoral favorece candidatos à reeleição. “Eu não diria que esse resultado foi ruim para esses partidos, porque numa eleição curta como essa, os candidatos à reeleição têm recall [são mais conhecidos], têm gabinete e estrutura para campanha. Isso prejudica muito os desafiantes”, afirma.

Para ele, o resultado das eleições evidencia o crescimento do PSol e mostra que o Novo teve capacidade de se organizar rapidamente – considerando que o registro do partido foi obtido em setembro de 2015. “ Esses partidos têm lastro, tem por onde caminhar. O que eles falam está repercutindo numa parte da sociedade”, diz.

Também novata, Rede elegeu 18 vereadores no Paraná; nenhum em Curitiba

Outro partido novato que disputou estas eleições investindo em um discurso mais ideológico foi a Rede. Coligada com o PMDB em Curitiba, a Rede não elegeu vereadores e atingiu apenas 10.197 votos na capital. No interior, entretanto, o resultado foi melhor. O partido elegeu 18 vereadores, dois vice-prefeitos e disputa o segundo turno para a prefeitura de Ponta Grossa com o candidato Aliel Machado. Caso ele vença, a cidade dos Campos Gerais será a maior do Brasil sob administração do partido.

Eduardo Reiner, porta-voz estadual da Rede, acredita que a disputa em Curitiba foi importante para a legenda aprender com o processo eleitoral. “É natural que um partido como o nosso, pequeno, com poucos recursos, tenha dificuldade no pleito. Infelizmente, as pessoas insatisfeitas, em vez de procurar candidatos que as represente, preferem votar branco ou nulo”, disse.

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