A urna eletrônica, segundo um especialista em marketing político, aumentou a importância do número do candidato| Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP

Antes de ingressar na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal de Curitiba, os candidatos a vereador escolhem - e também disputam dentro do partido - os números que lhes representarão nas urnas. Embora uma combinação de algarismos de fácil memorização, em teoria, facilite a lembrança por parte do eleitor, não há consenso entre especialistas em marketing político sobre o prevalência deste fator sobre o nome do pleiteante ao cargo público.

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Para o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, a combinação numérica é muito importante. “O número atualmente é mais importante que o nome do político”, garante ele, que acredita que a mudança no panorama aconteceu depois da substituíção das cédulas pelas urnas eletrônicas. “Agora [depois da urna eletrônica], se você fizer com que o eleitor decore seu número, já será uma grande ajuda”.

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Levando em conta a importância que credita ao número, o especialista também dá dicas em como escolher uma boa sequência. “Precisa ser de acordo com o teclado numérico usado nas urnas, que é igual ao do telefone. Combinações com teclas próximas ou em diagonal são sempre mais fáceis para o eleitor assimilar”.

Na contramão de Manhanelli, o especialista em marketing político Paulo Bonilha avalia a importância dos números de outra maneira. “Quando trabalhamos com um candidato novo, buscamos divulgar mais o nome dele. O nome tem mais personalidade. O número pode ser encontrado pelo eleitor a partir das informações vinculadas ao nome e pode ser levado em uma colinha”.

Porém, ele acredita que o número pode ser melhor explorado em candidatos que já são famosos. “Um bom número possibilita a criação de um jingle forte e com boa rima, facilita na fixação. Às vezes o candidato escolhe um número com repetições achando que vai ajudar o eleitor, mas também pode complicar. O eleitor pode se perder no quantidade de repetições”, informou.

Em contato com alguns dos diretórios regionais dos principais partidos do Brasil, foi constatado que a maneira de seleção feita por eles é bem similar . Existe liberdade do político escolher o número que quer utilizar, mas caso haja repetição, é feito um sorteio para ver com quem fica. Caso o candidato já tenha participado de uma eleição, vencendo ou não, pode optar em manter o número antigo.

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