Cerveró: ex-diretor da Petrobras nega que refinaria de Pasadena tenha sido comprada por falta de informações| Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Últimos nomes

PT indica Marco Maia para relatoria de CPI Mista da Petrobras

Folhapress

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), anunciou ontem os nomes do partido para integrar a CPI mista da Petrobras, que deverá ter início na semana que vem. O partido foi o último a fazer as indicações na Casa. Como a relatoria dos trabalhos cabe ao PT, devido à proporcionalidade das bancadas, o relator deverá ser o ex-presidente da Câmara Marco Maia (RS). Com ele, integrará a comissão o deputado Sibá Machado (AC). Como suplentes, Vicentinho indicou Afonso Florence (BA) e Iriny Lopes (ES). Na última sessão do Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) informou que a primeira reunião da CPI deverá acontecer na próxima quarta-feira.

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Com aval do Palácio do Planalto, senadores governistas colocaram em prática ontem um plano para esvaziar as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que poderiam arranhar a imagem da presidente Dilma Rousseff às vésperas da corrida eleitoral.

A audiência de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, foi acompanhada por apenas três senadores, todos fiéis aliados do Planalto: além do líder do governo e relator da CPI, senador José Pimentel (PT-CE), estiveram presentes apenas o presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A oposição boicota os trabalhos da CPI por considerá-lo "chapa branca" e aguarda a instalação de uma comissão mista, incluindo deputados na investigação.

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O esvaziamento da reunião também impediu que fosse aprovado um requerimento para convocar Paulo Roberto Costa, ex-diretor da petroleira investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A avaliação é de que o depoimento de Costa poderia causar estragos. Ao responder a um roteiro de perguntas previamente preparado, o ex-diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, isentou a presidente de qualquer responsabilidade individual pela compra da refinaria de Pasadena. "Não considero a presidente responsável porque não é uma responsabilidade individual. São decisões colegiadas, normalmente aprovadas por unanimidade", afirmou.

Por outro lado, voltou a rebater a justificativa apresentada por Dilma Rousseff para a compra da refinaria, que causou prejuízos à Petrobras. Segundo Dilma, duas cláusulas que não constavam no resumo executivo sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA) eram determinantes para a aprovação do negócio pelo Conselho de Administração da estatal. Em março deste ano, quando o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Dilma, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, apoiara a compra da refinaria, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota na qual sustenta que o resumo executivo levado ao colegiado era "técnica e juridicamente falho", por omitir referência a duas cláusulas que, se conhecidas, "seguramente não seriam aprovadas pelo conselho". "As cláusulas não têm importância na aprovação desse negócio. Elas são [condições] contratuais normais em qualquer tipo de negociação", disse ontem Cerveró.

A cláusula Put Option obri­­gava a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria em caso de desentendimento com a sócia belga Astra Oil. Já a cláusula Marlim, por sua vez, garantia lucro mínimo aos belgas mesmo que o negócio não desse os resultados esperados.