Por três horas, o ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento nesta quinta-feira (29) na Polícia Federal (PF), em Curitiba, e negou que tenha beneficiado a empreiteira Odebrecht e recebido vantagens indevidas da empresa. Palocci foi preso durante a 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Omertà. O prazo de sua prisão temporária, de cinco dias, vence amanhã, quando o juiz Sérgio Moro irá decidir se o ex-ministro será libertado.
Após o depoimento, o advogado de Palocci, José Roberto Batochio afirmou que Palocci demonstrou que as acusações do Ministério Público Federal seriam improcedentes, inclusive o de pagamento de propina. Em relação à suspeita de que o ex-ministro teria atuado pela aprovação de uma medida provisória que resultaria em benefícios tributários para a empresa, Batochio disse que Palocci teria votado contra o projeto e pedido seu veto ao ex-presidente Lula.
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“Como se sustenta a acusação de que ele teria trabalhado para aprovar se a Câmara registra o voto contrário?”, disse o advogado, que também refutou a hipótese do Ministério Público que atribui o apelido “Italiano”, encontrado nas anotações pessoais e troca de mensagens de Marcelo Odebrecht, ao ex-ministro.
José Roberto Batochio também minimizou os encontros que Palocci teve com Marcelo Odebrecht enquanto ocupava o Ministério da Fazenda. Segundo o advogado, Palocci tinha o dever de manter interlocução com o empresariado. Questionado se Palocci tinha um relacionamento com Marcelo Odebrecht, respondeu:
“Com o Marcelo Odebrecht e com a torcida do Corinthians e do Brasil, porque ele falava com todo o empresariado, nacional e estrangeiro, como era da sua obrigação institucional como ministro da mais importante ou de uma das mais importantes pastas do governo que é o Ministério da Fazenda”, disse.
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