Enquanto o novo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, tomava posse em solenidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Itamaraty, a poucos metros dali, no plenário da Câmara, o deputado Fernando Chiarelli (PDT-SP) chamava o novo titular da pasta de "bandido" em um discurso inflamado.

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"É uma dor de morte que se abate sobre a alma deste brasileiro ao ver empossar-se em um ministério de tamanha importância, quanto é o Ministério da Agricultura, um bandido público, um honorável bandido como o senhor Wagner Rossi, que já saqueou o Banco do Estado em São Paulo, que já saqueou o Baneser em São Paulo, que já saqueou o Porto de Santos", disse o deputado.

"Como num discurso do Rui Barbosa: Juventude, locupletemos! Brasileiros, roubemos, assaltemos, metamos a mão naquilo que não é nosso que seremos por isso premiados", continuou, pedindo a exoneração do ministro para que "o Brasil não seja saqueado, para que o Brasil não seja roubado!".

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Chiarelli afirmou no discurso que há parlamentares recebendo telefonemas dos ruralistas, que não querem Rossi como ministro "para não terem que pagar propina". Um pouco depois, o deputado disse que "a caixinha vai funcionar de forma espetacular".

O presidente da Câmara e do PMDB, Michel Temer (SP), responsável pela indicação do ministro para o cargo, deixou o plenário segundos antes de o deputado começar o discurso.